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Pessoas que já desenvolveram um caso leve de COVID-19 ou assintomático podem não produzir resposta imunológica à doença, é o que diz um estudo produzido pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz).
Além disso, uma segunda infecção pode ser ainda mais forte que a primeira em pessoas que tiveram casos brandos ou não apresentaram sintomas.
Para a realização da pesquisa, os cientistas acompanharam semanalmente um grupo de 30 pessoas de março de 2020 até o fim do ano.
Destas, quatro contraíram o SARS-CoV-2, sendo que algumas foram infectadas pela mesma variante.
No estudo, o que se observou foi que contrair a forma mais branda da COVID-19 (em que não é necessária a hospitalização) não significa estar imune à doença ou que uma reinfecção evoluirá de forma benigna.
Os pesquisadores também observaram que uma reinfecção pode ser mais frequente do que se supõe e até mesmo mais grave.
O resultado completo do estudo deve ser publicado em maio na revista "Emerging Infectious Desease" (EID), dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC/EUA).
Reinfecção de COVID-19
Embora as pesquisas sobre a reinfecção pelo coronavírus ainda estejam em fase de análise no mundo todo, cientistas já utilizam alguns critérios para realizar o diagnóstico de uma nova infecção.
De acordo com o Ministério da Saúde, novos casos de reinfecção só podem ser confirmados após a aplicação do teste RT-PCR em tempo real para o vírus SARS-CoV-2, feitos num intervalo de tempo igual ou superior a 90 dias desde a primeira infecção.
"Os estudos mais recentes na literatura sugerem que os dias de apresentação entre duas reinfecções variam muito, um período entre 48-120 dias entre dois episódios de sintomas característicos de infecção por SARS-Cov-2. Além disso, a reinfecção é confirmada com o sequenciamento do genoma viral, que nos mostra se a pessoa foi infectada com vírus diferentes", explica André Báfica, médico e pesquisador do projeto Equipe Halo, iniciativa da ONU que reúne cientistas de diversas partes do mundo com o objetivo de estudar a COVID-19.
Desse modo, o Ministério da Saúde recomenda que qualquer pessoa com suspeita de infecção ou reinfecção por coronavírus busque auxílio imediato assim que sentir sintomas da doença.
Mesmo que o quadro ocorra pela primeira ou segunda vez, é indicado que se siga os protocolos estabelecidos pelas secretarias de saúde de cada cidade.