Redatora especialista em família e bem-estar, com colaboração para as editorias de beleza e alimentação.
O retorno às aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19 é um assunto que divide a opinião e é motivo de receio e preocupação com relação à segurança das crianças e professores.
Para as crianças e adolescentes que irão retornar às salas de aula, é preciso tomar cuidado dobrado com as medidas de higiene e se atentar aos protocolos estabelecidos pelo governo e por cada estabelecimento. Aline Lacerda, fisioterapeuta respiratória e especialista em pediatria e neonatologia, faz o alerta:
"É preciso ter muito cuidado, uma vez que eles estarão em sala de aula fechada e justamente por isso devem se atentar ao bom uso da máscara de proteção e, principalmente, à higiene das mãos. Lembrando que a máscara de tecido ou cirúrgica serve para filtrar as gotículas".
1. Álcool em gel e higiene das mãos
Um dos principais itens para colocar na mochila das crianças é o álcool em gel para uso individual, item eficaz como forma de proteção ao novo coronavírus, bem como a higienização constante das mãos com água e sabão.
A indicação, de acordo com especialistas, é que o produto seja o álcool 70 - composto de 70% de álcool etílico -, item essencial para o combate de microorganismos como bactérias, vírus e fungos. De acordo com Aline Lacerda, é necessário higienizar as mãos:
- ao sair de casa
- antes e após uso do transporte (público ou privado)
- antes e após comer
- antes e após manipular a máscara
- antes e após uso do banheiro
- antes e após as brincadeiras e intervalo
- ao entrar e sair da sala da aula
Para crianças menores o indicado é que o uso do álcool seja feito com a supervisão de um adulto responsável, pois existe o risco de ingestão do produto ou até lesões na pele.
2. Máscara
A máscara, seja ela de pano ou cirúrgica, é fundamental. A criança deve usar assim que sair de casa e durante todo o momento que estiver fora. Para isso é preciso se atentar a:
- Adquirir máscaras de acordo com o tamanho do rosto da criança ou adolescente e certificar que está confortável (dessa forma se evita a recorrência de mãos no rosto para ajustes)
- Alertar a criança que a máscara é de uso individual e não deve ser compartilhada
- Máscaras de tecido devem ser usadas de duas a quatro horas no máximo (colocar trocas de máscaras limpas na mochila)
- Colocar a máscara sempre com as mãos limpas, higienizadas e retirá-las apenas pelas alças laterais ou laço posterior(máscaras descartáveis devem ser devidamente descartados no lixo)
- Caso a máscara caia no chão ela deverá ser substituída imediatamente por outra limpa
Não é aconselhável borrifar álcool ou passar álcool em gel nas máscaras. "O álcool somente desinfecta através do processo de fricção em todas as partes, ele não tem acesso a todas as tramas do tecido", alerta a fisioterapeuta.
3. Garrafinha de água
Para que a criança evite ter contato com bebedouros compartilhados, é importante colocar uma garrafa com água na bolsa. O uso da garrafinha também deve ser individual e é necessário que a criança não o compartilhe com coleguinhas.
4. Material escolar individual
Para evitar que a criança troque objetos com colegas, certifique-se de que ela tem todos os itens necessários na mochila e no estojo escolar, como por exemplo lápis, borrachas, apontador e canetas.
5. Lanches e utensílios
O ideal é que as crianças levem seus próprios lanches e utensílios de uso pessoal, afinal, a luta é para que ela tenha o mínimo de contato possível com objetos e itens de terceiros.
Aline alerta ainda para os cuidados da criança ao chegar em casa. "A sugestão é que a criança tire toda roupa que estava na escola para lavar, higienize as mãos e se for possível, tome banho sempre que chegar de fora", indica a especialista. Outra sugestão é que os pertences escolares fiquem em um lugar separado e que as crianças que têm irmãos mais novos evitem tocar nos pequenos antes de lavar as mãos.
Retorno às aulas durante a pandemia
Com uma provável volta das atividades escolares, a Sociedade Brasileira de Pediatria, afirma que é importante analisar os aspectos específicos de cada estabelecimento de ensino. Estrutura física das salas e do prédio, ventilação dos ambientes, áreas ao ar livre, número de profissionais, disponibilidade de máscaras e produtos de higienização são apenas alguns dos fatores a serem levados em consideração de acordo com o protocolo de segurança da Organização Mundial de Saúde.
A nota de alerta da Sociedade Brasileira de Pediatria também destaca que a máscara e os demais cuidados não invalidam a necessidade do cumprimento das regras de higiene e do distanciamento, conforme critério de cada instituição.
"A decisão é de cada família, que terá que analisar o risco e o benefício que envolve a particularidade de cada ambiente domiciliar", explica Aline Lacerda. Independente da vacina, as medidas de distanciamento, higiene das mãos e máscara continuam sendo essenciais.
É de suma importância um retorno com segurança. Diante disso, se alguém da família tiver qualquer sintoma respiratório, é urgente comunicar a escola e não enviar a criança com sintoma.