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Atualizado em 26/07/2021
A vacina da Pfizer/BioNTech é um dos imunizantes utilizados no Brasil na campanha para frear a pandemia de COVID-19. Ele deve ser aplicado em duas doses e se destaca por utilizar uma tecnologia inovadora no combate ao coronavírus (SARS-CoV-2): a técnica de RNA mensageiro para o estímulo do sistema imunológico.
Outro ponto que chama a atenção com relação à vacina da COVID-19 é o seu modo de armazenamento, necessitando de um freezer especial para que atinja a sua efetividade completa. Recentemente, porém, a farmacêutica ampliou a possibilidade de armazenamento da vacina em freezers tradicionais para um mês.
Entenda como funciona a vacina da Pfizer, o ciclo de aplicação do imunizante, possíveis reações e técnicas de armazenamento.
Vacina Pfizer/BioNTech: como funciona?
Primeira vacina autorizada para uso em humanos no mundo, o imunizante da Pfizer/BioNTech é um dos produtos que usa a técnica de RNA mensageiro para o estímulo do sistema imunológico na proteção contra o coronavírus.
O RNA, assim como o DNA, é um material genético de organismos - vivos e não vivos, como os vírus. Ao se conectar com o RNA transportador (um outro tipo de material genético), o RNA mensageiro, que contém fragmentos de material genético com a fórmula da síntese proteica do corpo, realiza a produção de proteínas.
"Enquanto uma vacina tradicional usa vírus inativados ou atenuados, as de RNA mensageiro utilizam um pequeno fragmento do código genético do vírus, envolto em camada lipídica, formando nanopartículas que são injetadas no paciente. Isso não é capaz de causar uma infecção, mas pode ser suficiente para que as nossas células, ao absorver esse código genético, passem a produzir uma proteína que existe na superfície do vírus, para gerar, então, uma resposta do sistema imunológico", explica o infectologista João Prats, do hospital BP - A Beneficiência Portuguesa.
De maneira simplificada, uma vacina de RNA mensageiro é uma forma de "dar a receita" para as células produzirem um pedaço do SARS-CoV-2- no caso, a proteína S. "Assim, o sistema imunológico vai mostrar para as células a porção do coronavírus produzida e uma resposta contra isso será feita", acrescenta o médico.
Eficácia da vacina da Pfizer
Segundo dados do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos divulgados em março de 2021, a vacina da Pfizer apresenta 90% de eficácia contra o coronavírus em duas ou mais semanas. O imunizante ainda é efetivo contra o vírus em 80% após a primeira dose.
Intervalo entre as doses
A vacina Pfizer/BioNTech conta com duas doses para completar o ciclo imunização. No País, o intervalo entre as doses é de 12 semanas. Entretanto, esse período pode ser revisto, segundo informações da coluna da Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
A coluna afirma (em 26 de julho) que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, planeja reduzir o intervalo entre as doses para apenas 21 dias, como diz a bula da vacina.
Ainda de acordo com o texto, no começo da utilização do imunizante aqui no Brasil não havia certeza da quantidade de vacinas que seriam recebidas e, por isso, a opção foi ampliar o intervalo entre as doses para que um maior número de pessoas conseguisse receber, ao menos, a primeira dose da Pfizer. Agora, Queiroga comenta à coluna que há segurança nas entregas e falta apenas uma questão logística para ajustar o intervalo para os 21 dias.
As primeiras doses chegaram ao país em 29 de abril de 2021 e, ao todo, 100 milhões de doses do imunizante devem desembarcar em território nacional até o fim do ano.
Como é armazenada a vacina da Pfizer?
De acordo com comunicado emitido pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), a vacina da Pfizer pode ser armazenada em freezer tradicional (temperaturas entre 2 ºC e -8 °C) por até 31 dias. Anteriormente, a recomendação era de cinco dias.
Essa nova orientação amplia a possibilidade de dias em que a vacina pode permanecer em refrigeradores tradicionais após seu armazenamento em freezers especiais. Até então, de acordo com a farmacêutica, a vacina poderia permanecer à temperatura de -90 ºC a -60 ºC por até seis meses e entre -25 ºC e -15 ºC por um período único de duas semanas.
Reações à vacina
Segundo relatório publicado na MedRxiv, voluntários que participaram dos testes demonstraram dor no local da vacina, dor de cabeça e fadiga. As reações adversas locais e sistêmicas foram maiores após a segunda dose, mas consideradas aceitáveis nas doses mais baixas utilizadas.