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Uma gestante de 42 anos foi a primeira vítima confirmada da variante delta do coronavírus no Brasil. A mulher grávida veio do Japão para Apucarana, norte do Paraná, e sentiu os primeiros sintomas da doença dois dias após o desembarque. Antes de embarcar para o Brasil, a mulher havia realizado um primeiro teste RT-PCR, mas o resultado foi negativo.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, a gestante teve contato com uma idosa de 71 anos, que recebeu a primeira confirmação de infecção pela variante delta no estado. Após o contato, surgiram os primeiros sintomas e foi confirmada a infecção da grávida.
Oito dias após o diagnóstico, em 15 de abril, a gestante foi internada e, por complicações e agravamento dos sintomas, passou por uma cesariana de emergência. A mulher não resistiu e faleceu logo após a cirurgia. O bebê, prematuro de 28 semanas, testou negativo para COVID-19 e passa bem.
A morte da grávida foi em abril, três dias após sua internação, porém, a informação só foi confirmada pelo Ministério da Saúde dois meses depois, no último domingo (26 de junho).
Impacto da variante delta para grávidas
No momento, especialistas e profissionais da obstetrícia ainda não sabem indicar o impacto da variante indiana em gestantes e puérperas (mulheres no período pós-parto). Porém, de acordo um estudo preliminar publicado no arquivo online medRxiv, durante o segundo ano de pandemia no Brasil, houve um crescimento na taxa de letalidade entre as pacientes obstétricas infectadas pelo coronavírus.
O estudo foi baseado nos dados do Sistema de Vigilância de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e apontou 803 óbitos entre 8.248 casos de SARS por covid-19. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo afirmam que "uma vez que as variáveis relacionadas ao acesso à saúde e à demografia não são significativamente diferentes e as mulheres parecem ser mais saudáveis na amostra de 2021, tal diferença pode estar relacionada à circulação de variantes genéticas mais agressivas do país".
A variante delta do coronavírus no Brasil
Conhecida como variante indiana, a variante delta foi detectada pela primeira vez na Índia, em outubro de 2020. Atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa circula por mais de 90 países. Para os especialistas, essa variante é considerada mais contagiosa e mais letal que as outras.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a variante indiana chegou a bordo do navio indiano MV Shandong da Zhi, que atracou em São Luís, Maranhão. 11 casos foram confirmados até o momento, dos quais seis vieram do navio que segue atracado na costa maranhense.
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