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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última quarta-feira (8), mais um remédio contra a COVID-19 para uso no Brasil. O medicamento Sotrovimabe é o quinto medicamento autorizado pelo órgão para ser utilizado no tratamento da doença causada pelo coronavírus e o quarto em uso emergencial.
Além do Sotrovimabe, a agência reguladora já havia liberado o Rendesivir, que possui registro no Brasil, e duas associações de anticorpos: os monoclonais casirivimabe e imdevimabe, e o banlanivimabe com o etesevimabe - ambos os pares também com autorização para uso emergencial.
O novo medicamento, que também é um anticorpo monoclonal, estava em análise desde o dia 19 de julho, quando a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) Brasil Ltda., empresa responsável pela produção do remédio, entrou com um pedido de autorização emergencial.
Como funciona o Sotrovimabe
De acordo com a apresentação feita por Gustavo Mendes Lima Santos, Gerente-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, o Sotrovimabe consiste em um medicamento que imita a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus.
Para isso, o remédio atinge a proteína spike (peça-chave para a interação do SARS-CoV-2 com o nosso organismo), buscando bloquear a ligação do vírus e a sua entrada nas células humanas.
Quem deve tomar e contraindicações
O Sotrovimabe é uma medicação de dose única (500mg), de administração intravenosa e exclusiva dos hospitais. Seu uso é recomendado em até cinco dias após o início dos sintomas da COVID-19.
Dentro do contexto da pandemia, ele é indicado apenas para pacientes diagnosticados com casos leves e moderados de COVID-19. Além disso, o remédio é recomendado para adultos e adolescentes com 12 anos ou mais (e com peso superior a 40kg), além de pessoas com risco de progressão para o estágio grave da doença (indivíduos com comorbidades). Desse modo, o Sotrovimabe é contraindicado para pacientes graves.
Já em grávidas, o uso deve ser feito com cautela, pois os dados sobre os efeitos do medicamento ainda são limitados para essa parcela da população.
Em seu relatório de votação, a diretora da Anvisa e relatora do processo, Meiruze Freitas, ressaltou que o Sotrovimabe não é um medicamento para prevenir a COVID-19. Atualmente, as vacinas da COVID-19 são as formas mais eficientes para se proteger contra o coronavírus e nenhum medicamento se mostrou eficaz nesse objetivo. Outras ações que ajudam na prevenção da doença continuam sendo o uso de máscaras e o distanciamento social.