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O que é aspartame?
O aspartame é um adoçante artificial de baixo valor calórico, composto pela junção química das substâncias fenilalanina e ácido aspártico. Ele é capaz de adoçar cerca de 200 vezes mais que o açúcar, tendo apenas 4 calorias por grama, de acordo com o nutrólogo Fernando Cerqueira.
Em termos gerais, os adoçantes são classificados em dois tipos: calóricos (frutose, xylitol e manitol) e não calóricos (sacarina, aspartame e stevia). Esses produtos também diferem pela sua origem, podendo ser artificiais (feitos em laboratório através de reações de elementos químicos) ou naturais (muitas vezes extraídos de plantas).
Cada tipo de adoçante possui um poder maior ou menor de adoçar os alimentos quando comparados com o açúcar comum. Portanto, o uso desses produtos deve ser avaliado conforme a quantidade e frequência necessária no dia a dia versus o aporte calórico em cada uso.
Benefícios do aspartame
O principal benefício do aspartame é o auxílio em dietas para controle de peso, quando usado no lugar do açúcar, juntamente com uma dieta saudável. O aspartame também é frequentemente indicado para pessoas com diabetes como forma de controlar a glicemia no sangue, explica Rosana Farah Simony, professora de Nutrição da Universidade Mackenzie.
Entretanto, seu consumo possui algumas contraindicações e deve ser feito, preferencialmente, com a orientação de um nutricionista.
Aspartame faz mal?
O uso de aspartame é contraindicado para indivíduos com fenilcetonúria, uma doença genética rara na qual a pessoa nasce sem a capacidade de quebrar adequadamente moléculas de um aminoácido chamado fenilalanina (presente na composição do adoçante).
Exceto nesses casos, o aspartame não oferece riscos à saúde. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o adoçante é seguro e não há estudos científicos suficientes para comprovar que ele esteja relacionado à incidência de câncer e outras doenças.
Em contrapartida, a nutricionista Maristela Fidelis explica que algumas pesquisas indicam que o consumo excessivo de aspartame pode causar problemas como dor de cabeça, tontura, náusea e vômito. Todavia, a quantidade necessária para isso seria caracterizada pelo consumo de cerca de 50 sachês de adoçante por dia.
De acordo com a especialista, o consumo excessivo de aspartame também pode alterar a microbiota intestinal, o que prejudica o processo de digestão. "Vejo na prática clínica alguns pacientes que consomem adoçantes artificiais que acabam tendo problemas gastrointestinais, como dores intestinais e distensão abdominal", afirma Maristela.
"Ao pensar nos benefícios dos adoçantes, a única vantagem está na diminuição da ingestão calórica. Mas é possível fazer isso reduzindo outros compostos, como os açúcares, para assim o indivíduo se acostumar com o paladar menos doce, ao inserir o adoçante na dieta", explica a nutricionista.
Aspartame previne cáries?
A cárie é causada pela desmineralização do esmalte do dente, provocada pelos ácidos que as bactérias bucais produzem. Essas bactérias, por sua vez, se nutrem de resíduos alimentares que ficam grudados nos dentes e que fermentam com o passar do tempo. Neste sentido, o açúcar é um dos alimentos que mais causam esse problema bucal.
Embora seja um composto químico, o aspartame também fermenta na boca. A diferença, porém, é que esse processo acontece de forma muito mais lenta, o que inibe a ação das bactérias. Então, o adoçante artificial, por si só, não provoca cáries. Segundo a nutricionista Maristela Fidelis, o que realmente ajuda a reduzir esse problema é o consumo limitado de açúcares aliado à higiene bucal adequada.
Consumo seguro de aspartame
Os adoçantes, assim como o açúcar, devem ser consumidos com moderação para evitar qualquer desequilíbrio ou desconforto no organismo. "Todos os adoçantes existentes no mercado não trazem nenhum prejuízo à saúde, desde que ingeridos dentro da quantidade aceitável", afirma Rosana Farah Simony.
A quantidade diária de aspartame recomendada pelo comitê científico de alimentação e saúde das Nações Unidas é de 40 mg para cada quilo do peso corporal. Isso significa que a ingestão diária aceitável (IGA) para um adulto de 60 kg é de 2400 mg do adoçante - valor equivalente, em média, a três sachês ou 10 a 12 gotas.
Aspartame pode ir ao fogo?
O aspartame não deve substituir o açúcar em receitas que vão ao fogo ou forno. Isso porque esse adoçante se comporta de forma instável em altas temperaturas, podendo resultar em um sabor desagradável. Se a receita não for ao fogo, atente-se que o aspartame é cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar. Portanto, não deve ser usado em grande quantidade.