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Grande preocupação nos primeiros meses de vida do bebê, as assaduras são inflamações que ocorrem devido ao contato da pele sensível com urina ou fezes e também por conta do abafamento e da umidade causados pelas fraldas. Também chamada de dermatite de fralda, ela provoca uma sensação de queimação e vermelhidão na pele, sendo extremamente incômoda para o bebê e podendo prejudicar o seu sono e a sua alimentação.
Normalmente, a dermatite é de origem irritativa, ou seja, causada por fatores que irritam a pele do bebê, como as próprias fezes e a urina. As chances de desenvolver a inflamação são maiores quando o bebê evacua frequentemente, pois as fezes são mais irritantes do que a urina.
Essa mistura aumenta o PH da região, deixando-a mais propensa à infecção por um fungo do gênero Candida. Ele é responsável por penetrar na pele, causando coceira, ulcerações e ardor intenso.
Tipos de assaduras em bebês
A dermatite de fralda, problema mais comum, costuma apresentar bolinhas vermelhas na área mais abafada pela fralda e, normalmente, não costuma se estender até a dobra da perna e não apresenta pus.
"A vermelhidão não costuma ser tão intensa e não gera coceira, mas o bebê pode sentir dor, principalmente na hora da limpeza", ensina Patrícia Consorte, pediatra e especialista em nutrição materno-infantil.
De acordo com a especialista, o bebê pode apresentar úlceras em casos piores, precisando de um diagnóstico diferencial. Porém, no caso de uma infecção local, causada por um fungo, ela esclarece que a área costuma parecer mais úmida, com uma vermelhidão intensa e podendo formar placas e até dobraduras.
Pode haver também uma irritação causada por algum produto químico, normalmente presente nos lenços umedecidos, nos sabonetes e até no sabão para lavar a roupa. Nesse contexto, é importante identificar a raiz do problema e cortar imediatamente o uso do produto.
Como prevenir as assaduras
Manter uma higiene local adequada e a troca frequente de fraldas são as melhores formas de prevenir o aparecimento de assaduras. A fralda do bebê deve ser trocada sempre que estiver suja ou a cada três horas após o final da mamada, quando é mais comum que ele evacue.
Já a limpeza deve ser realizada, de preferência, com um sabonete neutro e água corrente, tomando cuidado para não deixar restos de resíduos para trás. Na hora do banho, o ideal é que a temperatura da água esteja entre 36,5°C e 37,5°C.
Uma dica importante é, após a limpeza, deixar o bebê sem fraldas por um período. Isso ajudará na recuperação da área afetada e permitirá que a pele respire. O uso de fraldas maiores que as habituais também ajuda a aumentar o fluxo de ar na região.
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Pomadas para evitar assaduras
Além da boa higiene e troca de fraldas, as pomadas também são grandes aliadas na hora de evitar as assaduras em bebês. Esses produtos criam uma fina película na pele, impedindo o contato com as fezes e a urina, além de diminuírem a fricção com a fralda.
Em função de suas propriedades adstringentes e ação anti-inflamatória, elas também são indicadas durante o tratamento das assaduras, pois promovem a cicatrização da região avermelhada e auxiliam na recuperação da pele. Calêndula, óxido de zinco e petrolato são substâncias normalmente presentes na composição das pomadas próprias para bebês.
Segundo a médica Patrícia Consorte, o recomendado é passar uma fina camada do produto na parte do bumbum que fica em contato com a fralda. Não é necessário passar dentro da vagina ou no entorno do ânus do bebê.
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Qual a frequência adequada de uso?
Assim como mencionado acima, o tempo ideal de troca de fraldas é de 2 a 3 horas após as mamadas e logo após a evacuação. Em geral, são cerca de oito trocas diárias para garantir que o bebê esteja sempre limpo e livre de assaduras. No entanto, segundo Patrícia, não é necessário utilizar a pomada em todas as trocas se o bebê for trocado nessa frequência
Porém, caso o bebê fique mais tempo com a mesma fralda, como no período noturno, a pomada deve ser utilizada. A mesma orientação vale para quando a criança já está com uma assadura.
Contraindicações para o uso de pomadas
O uso de pomadas só é contraindicado para bebês que possuem hipersensibilidade conhecida a qualquer um dos componentes presentes na fórmula do produto. Fora esses casos, é raro a criança apresentar reações adversas às pomadas.
Como escolher a melhor pomada
Na hora de procurar pela pomada mais adequada para o bebê, alguns pontos devem ser observados. A princípio, quanto menor for a quantidade de aditivos químicos, como parabenos e sulfatos, melhor - isso pode ser observado na embalagem do produto.
Além disso, não se deve utilizar pomadas com corticoides e antifúngicos (como a nistatina) na formulação sem orientação médica, pois isso pode gerar uma resistência fúngica do bebê, conforme esclarece Patrícia Consorte.
A literatura não mostra as diferenças sobre a eficácia das pomadas para prevenção das assaduras, porém, a maioria delas tem como princípio ativo o óxido de zinco, o pantenol ou a lanolina.
Além disso, a especialista recomenda pomadas que sejam fáceis de retirar durante a higienização, para que não fiquem resíduos de fezes ou urina na pele do bebê.
Vale a pena testar diferentes marcas?
O hábito de testar diferentes marcas não vale a pena, segundo a médica Patrícia Consorte. "Se seu bebê se adaptou a alguma pomada e ela apresenta um preço acessível para você, além de não ter os contaminantes já citados, fique com ela", aconselha.