Redatora especialista em família e bem-estar, com colaboração para as editorias de beleza e alimentação.
No Brasil, as mulheres negras são as que mais têm risco de morrer de COVID-19. É o que aponta um estudo realizado pela Rede de Pesquisa Solidária, iniciativa com o objetivo de acompanhar, comparar e analisar as políticas públicas que o governo federal e os estados tomam diante da crise.
A pesquisa examinou as mortes pelo coronavírus de acordo com as diferentes categorias de trabalhadores e a partir do sexo e raça/cor atribuídas à pessoa que morreu.
De acordo com o estudo, independente da ocupação exercida, homens negros morrem mais por COVID-19 do que homens brancos, tanto no topo quanto na base do mercado de trabalho. Já as mulheres brancas morrem menos pelo vírus em comparação aos homens brancos em profissões superiores.
COVID-19, desigualdade de gênero e social
Os dados utilizados para a pesquisa são do ano de 2020 e derivados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, em que foram registradas, no total, 1.560.088 mortes, sendo 206.646 (13,2%) pela COVID-19.
Os resultados encontrados na seção de 'cor e gênero' da pesquisa, demonstraram que, mesmo exercendo as mesmas ocupações, a mortalidade pela covid-19 é diferente para homens e mulheres, entre pessoas brancas e negras.
Mulheres negras, com ocupação em serviços domésticos em geral, possuem 111,9% mais probabilidade de morrer de COVID-19 do que um homem branco. Já no setor de indústria e linha de produção, essa taxa é de 145,5%.
No que foi listado como "outros profissionais da saúde", as mulheres negras têm uma taxa de óbito 91% superior.
O estudo ainda aponta que, além do papel de cuidar da família, a mulher negra encontra outros fatores agravantes que propiciam a mortalidade em relação à COVID-19, como: moradias insalubres, acesso inadequado à água, dieta com baixa qualidade nutricional, espaços que afetam o estado psíquico, entre outros.
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