Redator de saúde e bem-estar, entusiasta de pautas sobre comportamento e colaborador na editoria de fitness.
À medida que a vacinação contra o coronavírus avança no Brasil, o isolamento social e as restrições comerciais impostas para conter a disseminação da COVID-19 são diminuídos. Dessa forma, diversas atividades voltaram ao formato presencial.
Como consequência de meses de isolamento social, essenciais para o controle contra o vírus, algumas pessoas podem sentir mais dificuldade para voltar ao antigos hábitos de socialização, principalmente em locais com mais pessoas, como supermercados ou até no ambiente de trabalho.
A psicóloga Sirlene Ferreira explica que as mudanças e as renúncias nas rotinas durante o período de isolamento social tiveram um grande impacto na saúde mental de várias pessoas. "Primeiro que tivemos que desconstruir a rotina da convivência, da troca, do contato e fomos obrigados, por uma questão de vida ou morte, a nos isolarmos, rompendo todo e qualquer contato social", afirma.
Atrofia social e a ansiedade pós-pandemia
Um dos reflexos do período de isolamento na saúde mental é a atrofia social, que caracteriza-se pela insegurança ou medo do contato com outras pessoas, neste caso, por conta de meses de distanciamento.
De acordo com Sirlene, o principal sinal de atrofia social é a "dificuldade em manter as habilidades sociais devido ao não convívio social". "Ela surge depois de muito tempo sem contato social, é como se perdêssemos o costume de conviver com pessoas, de trocar com o outro", completa a psicóloga.
A ansiedade pós-pandemia também é uma consequência da falta de contato social por muito tempo. Além disso, traz consigo sentimentos de incerteza sobre o futuro pós-pandêmico e de medo do contato social por conta do possível contágio.
Retomando a socialização de forma segura
A psicóloga Sirlene Ferreira lista algumas dicas essenciais para aliviar os sintomas da atrofia social e retomar o convívio com outras pessoas de maneira segura para a saúde mental e física. Confira:
- Sem pressa, respeite seu tempo e seus medos
- Permita-se rever pessoas que você realmente tem vínculos afetivos
- Não estabeleça tempo aos encontros: ao sentir-se desconfortável, despeça-se
- Realize pequenos eventos em lugares que te deem segurança, é uma excelente oportunidade para socializar
- Lembre-se que você decide: onde, com quem e quando.
Sirlene também reforça a importância de procurar a psicoterapia. "Se essa dificuldade permanecer, apesar de todo esforço, aí sim é o momento de buscar ajuda profissional", destaca a psicóloga.
Além disso, lembre-se de continuar respeitando os protocolos sanitários, como a higienização das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento entre as pessoas, além da vacinação, que continua sendo um importante método de proteção contra o coronavírus.