Graduada em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos, possui título em Pediatria pelo Hospital Infantil Dar...
iOs pais sabem o quanto as crianças têm energia e o quanto as brincadeiras em casa podem ser, muitas vezes, perigosas. A maioria das fraturas infantis acontecem após quedas em casa - afetando, geralmente, os membros superiores (braços, mãos e dedos). E nem sempre precisa ter sido uma queda importante. Às vezes, o que parecia uma besteira, pode causar uma ruptura séria em algum osso.
É importante saber que as características das fraturas nas crianças são diferentes das fraturas dos adultos - muitas vezes, são fraturas que terão menos desvio. Isso porque os ossos das crianças apresentam mais elasticidade e porosidade. O periósteo, que é a membrana de tecido que reveste exteriormente os ossos, também é mais resistente nos pequenos.
Por estarem em fase de crescimento, as crianças têm uma capacidade muito maior de formar e desenvolver os ossos. Assim, o organismo infantil consegue remodelar um osso quase na metade do tempo em comparação aos adultos. E também tem menor necessidade de cirurgia para reduzir ou fixar fraturas.
Como identificar uma fratura em crianças?
Em geral, o sintoma mais importante de fratura em crianças é a dor imediata. Essa dor aumenta com o movimento ou com a compressão da região afetada. Além disso, pode haver também edema, que é um inchaço da região, e hematomas (manchas roxas na pele). Porém, esses sinais não são obrigatórios.
Crianças pequenas têm dificuldade em expressar o que estão sentindo, por isso, devemos ficar atentos aos sinais. Muitas vezes, é possível notar que o pequeno evita movimentar o membro fraturado - o que é chamado de impotência funcional. E caso ocorra o movimento ativo, isso não afasta a possibilidade de fratura.
Quando a fratura ocorre nos membros inferiores (pernas e pés), a criança evita apoiá-los no chão ou manca. Em alguns casos, percebemos até mesmo uma deformidade no local afetado - principalmente quando ocorre o desvio do osso e a formação de uma curvatura, onde antes não existia.
O que fazer ao suspeitar de osso quebrado?
Em caso de suspeita de fratura, os pais ou responsáveis devem procurar atendimento médico de urgência com um ortopedista - preferencialmente em um hospital. O diagnóstico correto é feito por meio de anamnese, pela história do trauma e pelo exame físico cuidadoso, pois nem sempre as lesões são facilmente identificáveis em exames convencionais.
O tratamento mais frequente é a imobilização do local. Porém, em algumas fraturas, há desvio do osso e necessidade de redução (ou seja, precisa ser colocado no lugar). Em crianças, apesar de raro, pode ser preciso ainda a realização de uma cirurgia para o adequado posicionamento dos fragmentos da fratura e/ou fixação. Assim, quanto antes ocorrer o tratamento, muito melhor (e rápida) será a recuperação.