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A agência reguladora dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), aprovou no início de maio uma calcinha capaz de proteger contra infecções sexualmente transmissíveis (IST) durante o sexo oral. Feita em látex ultrafino, a peça íntima é capaz de reter os fluidos, promovendo proteção durante a relação sem interferir no prazer sexual.
A calcinha, com espessura semelhante à de um preservativo e com sabor de baunilha, forma uma vedação na parte interna da coxa. Com isso, a peça se torna uma alternativa às folhas protetoras de látex ou de poliuretano, únicos produtos aprovados pela FDA para sexo oral e que precisam ser segurados para impedir o contato direto da boca com os genitais.
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Tornar o sexo oral mais seguro e, ao mesmo tempo, prático, é o principal objetivo por trás da Lorals, empresa que desenvolveu a peça íntima. “Chega de se atrapalhar desajeitadamente com uma barragem de látex, apenas sensações suaves e sedosas sempre que você quiser”, diz a descrição do produto no site da marca.
Como surgiu a ideia de uma calcinha protetora?
Segundo relatado ao jornal estadunidense The New York Times, Melanie Cristol, desenvolvedora do produto e dona da Lorals, teve a ideia de criar a calcinha depois de passar a lua de mel com sua então esposa, em 2014. Na época, Cristol descobriu que tinha uma infecção que poderia ser transmitida sexualmente.
Desanimada com as limitadas opções de proteção e com o difícil acesso às barreiras bucais para sexo oral — que, atualmente, são pouco encontradas em farmácias dos EUA — ela decidiu abrir a Lorals e vender calcinhas descartáveis.
Para Cristol, a calcinha protetora “permite uma conexão sensual e profunda, te protegendo de ISTs e dando a você controle sobre o quanto deseja revelar”.
Sexo oral pode transmitir diversas infecções
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), infecções como gonorreia, sífilis e herpes podem ser transmitidas através do sexo oral. Além disso, o HPV também é transmissível por esse tipo de relação sexual. Infecções na boca ou na garganta decorrentes do papilomavírus humano podem evoluir para câncer de boca ou de pescoço.
Para Courtney Lias, diretora do setor da FDA que liderou a revisão da calcinha protetora, a autorização do produto “oferece às pessoas outra opção para se protegerem contra ISTs durante o sexo oral”, conforme informou ao The New York Times.
Além disso, para Jeanne Marrazzo, diretora da divisão de doenças infecciosas da Universidade do Alabama, em Birmingham, a proteção “pode reduzir a ansiedade e aumentar o prazer ligado a esse comportamento em particular”.
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Ainda de acordo com o jornal, a FDA não exigiu ensaios clínicos em humanos para a aprovação da calcinha. Porém, a organização diz ter autorizado a Lorals a comercializar o produto depois de a empresa ter apresentado documentação extensa sobre espessura, elasticidade, força e outras características do produto.
Além da calcinha, a agência reguladora licenciou duas outras empresas a produzirem barreiras bucais, o que pode sugerir um aumento no interesse dos consumidores por produtos do tipo.