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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no dia 13 de junho, o registro de uma nova forma de vitamina D com ação três vezes mais rápida e mais eficaz do que a tradicionalmente usada em suplementos alimentares. Chamada Ampli-D, a solução foi desenvolvida pela DSM, empresa global baseada em saúde, nutrição e biociência, e deve ser comercializada no segundo semestre deste ano.
A novidade foi apresentada aos profissionais da saúde pela empresa durante o Ganepão 2022, um dos maiores congressos científicos da América Latina, no dia 9 de junho.
“A Ampli-D representa uma revolução no mercado de vitamina D e foi desenvolvida para atender a uma demanda global relacionada às preocupações atuais dos consumidores e dos profissionais de saúde em otimizar o sistema imunológico”, explica Giovani Saggioro, vice-presidente da DSM na América Latina para o negócio de Health, Nutrition and Care.
“A solução será imediatamente disponibilizada para a indústria de suplementos alimentares e estamos confiantes de que ela esteja no mercado já nos próximos meses”, afirma.
Como funciona o metabolismo de vitamina D?
Para entender o papel da nova forma de Vitamina D é preciso compreender a forma como o nutriente é obtido e metabolizado no organismo. O hormônio é fabricado pelo corpo a partir da exposição ao sol, principalmente, e através do consumo de alimentos como peixes, ovos e bife de fígado.
Ao nos expormos ao sol ou nos alimentarmos com esses alimentos, é formada no organismo uma espécie de “pré-vitamina D”, que cai na corrente sanguínea e alcança o fígado, onde é transformada em calcifediol.
Em seguida, a substância passa pelos rins, onde ganha sua forma ativa, chamada colecalciferol, também conhecida como Vitamina D3, versão fornecida pelos suplementos atualmente disponíveis no mercado.
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A partir disso, a vitamina D passa a atuar como hormônio, participando da absorção de cálcio no intestino, regulando sua concentração e melhorando a saúde óssea, além de fortalecer o sistema imunológico.
O que a nova forma de Vitamina D traz de inovação?
A proposta do Ampli-D é fornecer uma fonte de calcifediol, que já está imediatamente disponível para ser ativada pelos rins. Com isso, a absorção do nutriente pelo organismo é mais rápida, aumentando de maneira acelerada e eficaz o nível da vitamina.
“Para estarmos saudáveis e termos um sistema imunológico em ótimo estado, além de termos ossos e músculos fortes, também precisamos estar com um bom nível de vitamina D”, explica Héctor Cori, diretor científico da DSM para América Latina, em entrevista ao Minha Vida durante o Ganepão 2022.
“Com o calcifediol, podemos chegar, em três semanas, em um nível ótimo de vitamina D, enquanto a suplementação de vitamina D comum leva de três a quatro meses para chegar nesse nível”, compara.
Essa vantagem foi observada em estudos anteriores, como o publicado no periódico Osteoporosis International, em 2018. Segundo a pesquisa, o calcifediol oral apresenta aumento mais rápido e significativo da concentração sérica da vitamina D em comparação com os suplementos à base de colecalciferol. É, também, mais potente, já que dosagens mais baixas se mostraram igualmente eficazes, além de apresentar maior taxa de absorção intestinal.
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Outro estudo, publicado em 2020 no The Journal of Nutrition, também indicou que a suplementação com calcifediol é mais efetiva do que os suplementos à base de colecalciferol para aumentar a concentração de vitamina D em idosos.
Héctor afirma, ainda, que o Ampli-D pode ser uma solução para otimizar o sistema imunológico de pacientes e população em geral diante do cenário de pandemia de COVID-19.
“A maioria das evidências científicas mostra que uma infecção mais leve por COVID-19 é possível quando a pessoa está com níveis adequados de vitamina D no organismo. Então, a suplementação é interessante como prevenção da doença e, se a pessoa for infectada, ela ficará mais forte para enfrentar a COVID-19”, afirma. Porém, o diretor ressalta que a suplementação deve ser feita apenas com orientação médica.