Redatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
Você já deve ter ouvido falar na famosa expressão “palavras machucam”. Apesar de ela ser usada como uma figura de linguagem, um estudo, publicado na Frontiers in Communication, mostra que isso é verdade e que ouvir insultos é como receber um “tapa na cara verbal”.
Para chegar à conclusão os pesquisadores uniram 79 participantes do sexo feminino e, através de eletroencefalografia (EEG) e de registros de condutância da pele, compararam o impacto de insultos verbais ao de expressões positivas ou neutras.
Sobre a pesquisa
Durante o período do experimento, as mulheres voluntárias leram uma série de declarações negativas sobre elas e, também, comentários neutros e positivos. Todas foram informadas que os insultos e os elogios eram feitos por homens. Metade dessas expressões usava o nome das participantes e a outra metade não.
Leia mais: O que é e como provar um caso de violência psicológica
O estudo observou que, mesmo em um ambiente de laboratório e as mulheres sabendo que aqueles insultos eram falsos, a linguagem negativa surtiu efeito físico, especialmente quando proferida repetidamente.
Marijn Struiksma, um dos autores do estudo da Universidade de Utrecht, acredita que os achados podem ajudar pesquisadores a entenderem melhor o comportamento social humano. Porém, ele afirma que ainda não é bem compreendida a maneira exata pela qual as palavras podem causar efeitos físicos negativos em quem as recebe.
Em entrevista ao portal estadunidense Healthline, Caroline Bobbie, psicoterapeuta da Sonder Health & Wellness, explicou que os insultos podem “infligir dor emocional real e duradoura”, apesar de virem junto com elogios.
Saiba mais: Apenas 3% dos brasileiros se acham feios, aponta pesquisa
“No estudo foram usadas palavras como 'idiota' ou 'feia', insultos que jogam em nossa própria autoestima e insegurança”, disse Bobbie. “Um feedback negativo como esses também contribui para o viés da negatividade, o que torna mais difícil para as pessoas se concentrarem no feedback positivo que contraria a negatividade”, explica.