Médico cirurgião plástico formado pela conceituada escola da UFRJ, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plást...
iApós a intervenção de uma cirurgia plástica, o pós-operatório é outra etapa a ser superada pelos pacientes. Para potencializar o resultado e tornar a recuperação mais confortável e satisfatória, é muito importante seguir à risca as orientações do médico cirurgião.
Em geral, as questões mais abordadas durante a consulta antes e depois da cirurgia são: como deve ficar a área a ser operada e a cicatriz. Por isso, é preciso ter em mente que ações relacionadas aos cuidados após o procedimento podem comprometer bastante o resultado efetivo de uma cirurgia plástica.
No pós-operatório, é essencial adotar algumas precauções que ajudam a evitar a má cicatrização e possíveis intercorrências, como inflamações e inchaços indesejados. Não à toa essa fase exige determinação e disciplina, e hábitos e costumes inadequados não podem atrapalhar o sucesso do procedimento.
Cuidados importantes no pós-operatório
O primeiro passo é adotar uma alimentação equilibrada. A dieta balanceada, rica em vitaminas, proteínas e sais minerais, potencializa a imunidade e afasta a má cicatrização e infecções. Assim, evite excessos com sal, gordura e açúcares, seguindo todas as recomendações de um(a) nutricionista.
Outro ponto fundamental é não exagerar nas atividades físicas, retornando antes do tempo determinado pelo cirurgião plástico. É importante controlar a ansiedade pela volta à rotina de exercícios antes do tempo preestabelecido. E não pense em adotar uma atividade esportiva, aparentemente, mais leve.
Está errado, por exemplo, fazer longas caminhadas ou utilizar pesos de halteres em casa. Isso pode alterar a frequência cardíaca e aumentar os edemas da intervenção cirúrgica, causar dores, pequenos sangramentos nos pontos e até o deslocamento da prótese de silicone. Exercício físico tem que somar, ajudando na cicatrização e na recuperação do organismo.
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E não podemos deixar de mencionar um erro que pode ser crucial, que é a exposição solar, sobretudo no rosto. O sol é o inimigo número 1 das regiões com hematomas. Esse descuido pode causar manchas profundas na pele e o escurecimento das cicatrizes, afetando o processo de cicatrização.
Além disso, como o calor em excesso dilata os vasos sanguíneos, pode aumentar ainda mais os edemas na região submetida à cirurgia plástica. Portanto, é de suma importância manter protegida a parte do corpo operada, evitando a exposição ao sol ou calor muito intenso e usar protetor solar em toda a região corporal.
O consumo de bebida alcoólica e o fumo também devem ser evitados, em todo o processo da cirurgia plástica. Para obter um bom resultado, uma das condições é não consumir álcool. Para começar, o álcool aumenta o inchaço, pois dilata os vasos sanguíneos. Vale ressaltar que o nariz é especialmente suscetível ao inchaço causado pelo álcool, após a rinoplastia.
A substância etílica desidrata o organismo e o corpo retém o máximo de água possível, levando ao ressecamento da pele. Ela também provoca o afinamento do sangue, elevando o risco do paciente ter sangramentos, o que aumenta o tempo de recuperação.
O álcool ainda pode influenciar no efeito da medicação para dores, pois interage com substâncias químicas, sendo prejudicial e perigoso. O recomendado é suspender o consumo duas semanas antes e duas semanas depois da cirurgia plástica. O tempo pode variar de acordo com o procedimento a ser realizado.
Já o cigarro prejudica a oxigenação do corpo pelo sangue e a distribuição dos nutrientes para a manutenção e regeneração do tecido, afetado pela intervenção cirúrgica. O agravamento é comprometer os vasos sanguíneos, os pulmões e as condições cardiorrespiratórias.
Tudo isso dificulta o processo de cicatrização, o que pode levar a gravidades, como necrose do tecido cutâneo, infecção, rompimento de pontos, manchas, queloides e tromboembolismo.
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Outro ponto que não deve ser negligenciado no pós-operatório é o descanso noturno. Manter oito horas de sono diariamente é essencial nesse período. Porém, fique atento à posição durante o ato de dormir, que deve facilitar a respiração, para não pressionar a pele na região operada. O recomendado é dormir de barriga para cima, salvo exceção em procedimento cirúrgico nas nádegas.
Por último, porém não menos importante, são as sessões de drenagem linfática. Além de evitar a retenção de líquidos e toxinas, combatendo o inchaço depois de determinadas intervenções, o procedimento é um grande aliado no pós-operatório por estimular o sistema linfático, otimizando o retorno venoso e linfático na região.
A drenagem linfática é essencial no pós-operatório da lipoaspiração e abdominoplastia, tratando as fibroses (aquelas irregularidades com aspecto de endurecimento do tecido cutâneo e nodulações). As sessões podem começar na primeira ou segunda semana após a operação e devem ser mantidas até o final da recuperação.
Se a intervenção cirúrgica for no rosto, a drenagem linfática também pode ser aplicada na face, reduzindo edemas, auxiliando na cicatrização e elevando o fluxo sanguíneo para a pele. Além disso, ela tem efeito relaxante e promove maior oxigenação e nutrição celular, combatendo o envelhecimento precoce.