Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Ciencias Medicas de Santos (1998). Residência Médica em Ginecologia e Obs...
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A cantora Anitta lançou na última quinta-feira (28) o perfume íntimo “Puzzy”, em parceria com a farmacêutica Cimed. Apesar de a fórmula ter aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ser dermatologicamente testada e aprovada, o lançamento gerou polêmica e muitos internautas se questionaram se é realmente seguro usar um desodorante íntimo.
Foi o que o Minha Vida perguntou ao ginecologista Luciano Curuci, presidente do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). “Todo e qualquer produto cosmetológico, seja perfume, hidratante, sabonete e desodorante íntimo pode sim ser utilizado, desde que seja um produto testado e aprovado dermatologicamente e seja específico para a região íntima masculina ou feminina”, explica Luciano.
Além disso, ele também afirma que o perfume deve manter o pH vaginal em seu valor natural - entre 3,5 e 4,5 - para manter a flora de defesa bacteriana presente na vagina. “Há todo um ecossistema presente na região que deve ser preservado, já que é uma barreira de proteção natural da mulher”, afirma.
No caso do produto lançado pela Anitta, por ser livre de álcool, parabenos e ser hipoalergênico, pode ser considerado um produto seguro para a região íntima. “Considerando essas características, esse é um produto que, provavelmente, não vai causar agressão na região da mucosa vaginal. Porém, é importante lembrar que, mesmo assim, a pessoa pode ter uma reação alérgica. A experiência varia de pessoa para pessoa”, reitera.
O cheiro da região vaginal é natural e saudável
Apesar de a proposta do perfume ser a de neutralizar odores da região vaginal, é importante ter em mente que a vagina tem, sim, seu cheiro natural, o que é saudável. Isso acontece justamente por conta do ecossistema e da microbiota presentes na região.
“A secreção vaginal, assim como as lágrimas dos olhos, a cera dos ouvidos e a secreção nasal do nariz, é benéfica e não pode ser retirada para não alterar o pH vaginal e para evitar a proliferação de fungos e bactérias, que podem causar, respectivamente, candidíase e vaginose bacteriana”, esclarece Luciano. “Se a pessoa se incomoda com esse odor próprio, ela pode fazer uso desses perfumes”, completa.
Porém, é importante lembrar que um odor muito forte, acompanhado de uma secreção com cor anormal e de outros sintomas como, por exemplo, coceira, são sinais de que algo não está indo bem na sua saúde íntima. Neste caso, é importante procurar um médico ginecologista e realizar exame físico.
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Cuidados com o uso do perfume e com a higiene diária
Assim como qualquer outro cosmético, o perfume íntimo deve ser utilizado seguindo as recomendações do fabricante. De maneira geral, o ginecologista Luciano Curuci orienta que o produto seja aplicado na região da vulva, ou seja, na parte externa, de forma branda e uma vez ao dia.
O especialista também lembra que o perfume não substitui a rotina de higiene diária da região genital. “O perfume não substitui o banho, que deve ser feito com bastante água corrente e sabonete íntimo que mantenha o pH da região”, orienta. Luciano também dá mais algumas dicas de higiene íntima, como:
- Limpeza e higienização adequada sempre após o uso do vaso sanitário, tanto para urina quanto para fezes;
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Utilizar calcinhas de algodão, preferencialmente, evitando o uso de roupa íntima de material sintético;
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Dormir sem calcinha, para propiciar a oxigenação da região vaginal;
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Evitar o uso de ducha vaginal diariamente, pois pode alterar a microbiota vaginal.
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