Médico urologista graduado pela Santa Casa de São Paulo. Possui duas Residências Médicas, uma em Cirurgia Geral e depois...
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A raspagem de próstata, também chamada de RTU (Ressecção Transuretral), é uma técnica de desobstrução cirúrgica endoscópica da próstata. O procedimento tem como objetivo tratar o aumento prostático, que tem entre seus sintomas a dificuldade para urinar.
Segundo Rodrigo Wilson Andrade, urologista do Hospital Albert Sabin, a cirurgia é indicada quando há obstrução urinária provocada pelo tamanho da próstata que não seja resolvida por medicamentos.
A técnica também pode ser aplicada em casos de necessidade do uso de sonda para retenção urinária, principalmente quando essa retenção provoca insuficiência renal. Quando esses sintomas não são controlados de forma clínica, a raspagem é indicada.
Como é feita e recuperação
O procedimento é feito com a raquianestesia, em que apenas uma região do corpo perde a sensibilidade. Depois, inicia-se a raspagem endoscópica, sem corte, realizada pela uretra.
Após a cirurgia, o paciente pode ficar até 48 horas internado no hospital. Durante o processo de recuperação, é feito o uso da sonda, assim como lavagem e irrigação vesical para evitar coágulos sanguíneos.
Rodrigo explica que a primeira semana pós-cirúrgica pede pelo repouso relativo. É importante que o paciente evite grandes esforços, tenha fácil acesso ao banheiro e mantenha uma boa hidratação.
Complicações possíveis
Assim como todo procedimento cirúrgico, a raspagem da próstata também pode gerar riscos. Segundo Rodrigo, a técnica não é feita de maneira aberta, ou seja, não há a possibilidade de realizar pontos no local.
Dessa forma, é necessário a realização da cauterização elétrica, que provoca uma queimadura com o objetivo de estancar o sangue. Caso haja complicações, como a formação de escara, o paciente pode apresentar coágulos sanguíneos ou novo sangramento, mesmo após o período de alta.
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“Uma complicação a longo prazo possível é a esclerose, que a gente chama uma estenose da do colo vesical, que é bem a partezinha da transição da próstata para bexiga. O paciente fica obstruído, urinando mal de novo e com retenção urinária”, explica o urologista.
Ainda segundo o médico, uma consequência comum na maior parte dos pacientes que realizam a cirurgia ou tratam a obstrução com medicações é a ejaculação retrógrada. Isso significa que, apesar de a ereção ocorrer de forma normal, ao atingir o orgasmo, não é emitido líquido pelo pênis.
“O esperma se junta com a urina na bexiga e depois é eliminado quando o paciente está urinando”, explica Rodrigo.
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Entretanto, o especialista ressalta que a cirurgia é considerada tradicional e sua indicação só é feita quando o tratamento medicamentoso não é bem-sucedido.
“Aqueles que precisam da cirurgia por falha do tratamento, por opção ou por uma doença já em estágio mais grave, com complicações de obstrução urinária, podem ficar tranquilos. A cirurgia está muito bem estabelecida, padronizada e bem feita, com ótimos resultados”, finaliza o médico.