Mestre e Doutor em Oncologia e Médico Titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Membro da Sociedade Brasileir...
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Os linfonodos são estruturas naturais que fazem parte do nosso sistema imunológico, responsáveis por filtrar substâncias nocivas, como vírus, bactérias e até mesmo células cancerígenas. Os linfonodos estão presentes por todo o corpo. Mas, analisando especificamente a região próxima às mamas, é mais comum encontrá-los nas axilas.
“Podemos ter linfonodos na mama, chamados de linfonodos intramamários, mas são pouco frequentes. O mais comum mesmo é termos linfonodos apenas nas axilas”, explica o oncologista Wesley Pereira Andrade.
Também chamadas de gânglios linfáticos e, popularmente, de ínguas, essas estruturas são naturais do organismo e, quando alteradas, não são necessariamente indicativas de câncer. A maioria dos linfonodos aumenta por condições benignas, como processos inflamatórios e infecciosos.
Para saber se os linfonodos da axila ou das mamas - esse último mais raro - estão inchados, é preciso, primeiro, apalpar a região. Caso sinta uma espécie de “caroço”, pode ser sinal de alguma alteração. Se esse sintoma persistir por mais de duas ou três semanas, a recomendação é procurar ajuda médica.
Isso porque, apesar de menos comuns, os linfonodos alterados também podem sinalizar algum tipo de câncer. “É importante entendermos que há o câncer que nasce do linfonodo, chamado de linfoma, e há o câncer que nasce em outros locais e se espalha para os linfonodos, chamado de metástase linfonodal”, pontua o oncologista. O segundo tipo pode ser consequência, inclusive, do câncer de mama.
Linfonodos e câncer de mama: existe alguma relação?
Um linfonodo tumoral se diferencia por ser indolor e ter crescimento lento e progressivo. Ou seja, é um caroço que só cresce, sem apresentar redução de tamanho. Ao observar essas características, o médico pode solicitar uma biópsia.
Se o câncer de mama causar uma metástase linfonodal na mama ou na axila, a primeira parte a ser atingida será o linfonodo sentinela. Afinal, ele é um dos mais importantes nessa estrutura de defesa, encarregado de fazer a primeira “filtragem” de substâncias nocivas. Logo, ele seria o primeiro a reter as células tumorais.
“É extremamente comum retirarmos esse linfonodo sentinela quando vamos fazer uma cirurgia de câncer de mama”, conta Andrade. Para identificá-lo - já que sua forma é idêntica aos outros -, existem duas táticas: uma inclui injetar uma substância azul na região e outra é feita através da injeção de um contraste radioativo na mama.
É mais comum que o câncer de mama se espalhe para os linfonodos na axila do que para os linfonodos na mama (considerando que estes são mais raros). Nesses casos, o tratamento pode incluir tanto linfadenectomia axilar - remoção desses gânglios da axila - quanto quimioterapia.
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É normal aparecer linfonodos na mamografia?
Os linfonodos podem, sim, aparecer na mamografia. A sua presença, no entanto, não indica necessariamente alguma patologia. Isso significa que eles podem estar visíveis e ainda assim terem o aspecto habitual.
Só cuidado para não confundi-los com cistos. “O cisto consiste em uma bolinha de água que aparece com frequência nas mamas. Já os linfonodos intramamários são células de defesa, comumente presentes na axila”, reforça o oncologista.
De todo modo, vale ressaltar que os linfonodos na mama ou na axila são naturais e essenciais para o bom funcionamento do organismo, e a sua presença não está exclusivamente relacionada a condições cancerígenas.
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