Pênis quebrado? Entenda como isso pode acontecer e o que fazer

Alguns homens podem já ter vivenciado uma situação pouco comum (e um tanto assustadora): a fratura de pênis. De fato, existe uma condição que se assemelha a uma “quebra” no membro masculino, mas como isso pode acontecer? E o que fazer num caso assim?

Primeiro, é importante saber que não existem ossos no pênis. Então, diferente de outras fraturas, que são rupturas de um osso, um pênis “quebrado” é resultado de um rasgo que acontece no revestimento interno do órgão, chamado túnica albugínea. Esse rasgo acontece, via de regra, quando o pênis está ereto e sofre algum tipo de traumatismo.

A túnica albugínea é uma cápsula interna que envolve o tecido erétil do pênis, inclusive servindo como contenção para o aumento de fluxo sanguíneo que acontece na ereção. Quando ocorre um rasgo da túnica albugínea, o sangue da ereção extravasa e causa um hematoma, que deixa o pênis roxo e inchado. Por conta do aspecto que o órgão assume, usamos o termo deformidade em berinjela. 

Como ocorre a quebra do pênis?

E o que pode causar uma fratura peniana? Como dito acima, essa situação ocorre sempre quando o pênis está ereto e sofre algum traumatismo mais forte, normalmente durante uma penetração em que o órgão escapa e, na hora de entrar novamente, bate no lugar errado.

Esses “sustos” podem ser corriqueiros quando acontecem com uma força menor. Porém, quando a batida ocorre com uma energia maior, pode ser suficiente para causar um rasgo na túnica albugínea, ocasionando a fratura. Outra informação importante é que a fratura tem maior probabilidade quando a ereção está parcial (a chamada “meia-bomba”) - o que é relevante já que, segundo pesquisa da Omens em parceria com o Datafolha, um terço dos brasileiros tiveram ereção fraca nos últimos 2 anos. 

Sintomas da fratura peniana

Na hora da fratura, é possível ouvir um som de algo quebrando, como um clique. Depois disso, começa a formação de um hematoma, que é um acúmulo de sangue abaixo da pele, deixando o pênis roxo. Outro sinal que surge logo após a fratura é uma perda parcial da rigidez da ereção. Assim, o pênis vai ficando inchado, dolorido e escuro. 

Em alguns casos, pode acontecer também uma ruptura da uretra, que é o canal que leva a urina da bexiga para o meio externo. O principal indicativo dessa ocorrência é a presença de sangue na urina. Mas, felizmente, a uretra é danificada apenas numa minoria dos casos de fratura peniana. 

O que fazer quando o pênis “quebrar”?

Ao notar uma possível fratura no pênis, a primeira coisa é manter a calma e interromper a relação sexual. Em seguida, é recomendado procurar um pronto-socorro imediatamente. Por lá, um médico irá avaliar a possibilidade do diagnóstico através do exame físico e da história clínica do paciente.

Apesar de ser um quadro bastante típico, algumas vezes a realização de um ultrassom do pênis pode ajudar a confirmar o quadro e elucidar também o ponto exato de ruptura da túnica albugínea.

Tratamento de fratura peniana

Por incrível que pareça, em alguns casos, é possível não realizar uma correção cirúrgica da fratura - o que chamamos de tratamento conservador. Para isso, é fundamental não existir uma lesão da uretra, e também se tratar de um caso leve e com hematoma pequeno e que não esteja em expansão.

Mesmo assim, o tratamento conservador para fratura peniana, em geral, tem resultados piores do que a intervenção cirúrgica. Ainda que a cicatrização aconteça de forma espontânea, a conduta de não realizar cirurgia traz riscos maiores de curvatura do pênis, de fibrose da túnica albugínea ou até mesmo de problemas de ereção. 

O tratamento considerado padrão ouro para a fratura peniana é a correção cirúrgica. A via de acesso é por uma incisão semelhante à de circuncisão. Através desse corte, podemos acessar o ponto de ruptura da túnica albugínea, remover o hematoma e corrigir o defeito causado pela fratura com pontos.

O ideal é que a cirurgia seja feita dentro de 24 horas da fratura, pois segundo os estudos científicos, é o prazo que apresenta melhores resultados e menores riscos de complicações. Portanto, quando esses princípios são respeitados, o tratamento da fratura peniana tem ótimos prognósticos.

Além disso, durante a recuperação, é necessário que a pessoa respeite um período de abstinência sexual, normalmente por pelo menos 6 semanas. Depois desse período, na grande maioria dos casos, acontece uma recuperação do pênis, ficando bem semelhante ao que era antes da fratura.