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O número de pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 1 no Brasil está crescendo 5% ao ano. A afirmação é do Índice Global de Diabetes Tipo 1, lançado no dia 21 de setembro pela JDRF, organização global de financiamento de pesquisas sobre a doença, que já atinge mais de 588 mil pessoas no país.
Ainda de acordo com o estudo, que foi publicado na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology, 235 mil pessoas morreram precocemente devido à doença no Brasil só neste ano. Isso equivale a 33 anos de vida perdidos por pessoa.
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Além disso, uma a cada nove pessoas morreu sem saber que estava com diabetes tipo 1, totalizando 2,4 mil falecidos sem o devido diagnóstico. Esse cenário reforça a importância de realizar exames periódicos e avaliar o nível de glicemia no sangue para a identificação precoce da doença e, posteriormente, adesão ao tratamento adequado.
Como o levantamento foi feito?
O Índice Global de Diabetes Tipo 1 (ou T1D Index) é uma ferramenta de simulação de dados que mede o impacto da doença na saúde humana e pública em todos os países do mundo. Para fazer o levantamento, a JDRF usou dados de uma pesquisa global com mais de 500 endocrinologistas e de 400 outras publicações.
Segundo o índice, no mundo, 3,9 milhões de pessoas morreram precocemente por diabetes tipo 1 em 2022. Elas poderiam estar vivas se tivessem recebido o diagnóstico e o tratamento adequados. Isso equivale a 32 anos de vida perdidos por pessoa.
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Em 2021, havia 8,7 milhões de pessoas vivendo com a doença no mundo. Destas, 1,5 milhão tinham menos de 20 anos e 1,6 milhão 60 anos ou mais. Um quinto das pessoas com a doença estava em países de baixa renda e de renda média-baixa.
O levantamento também elucidou o impacto da desigualdade social na expectativa de vida de pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 1. Em países de baixa renda, uma criança de 10 anos com a doença teve uma expectativa de vida de até 13 anos em 2021. Em países de alta renda, a expectativa é de a pessoa viver até os 65 anos com a doença.
Diabetes tipo 1: sintomas e como tratar
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune causada por uma falha no sistema imunológico, em que os anticorpos atacam células produtoras de insulina, hormônio que regula o nível de açúcar no sangue. A doença pode acontecer em qualquer idade, mas é mais comum em crianças, adolescentes e jovens adultos.
Esse tipo de diabetes ocorre em cerca de 5% a 10% dos pacientes com diabetes. Sua causa pode estar relacionada a heranças genéticas em conjunto com fatores ambientais, como infecções virais. Muitas vezes, a doença é assintomática, porém, ao longo de sua evolução, pode apresentar alguns sinais. Entre os principais sintomas de diabetes tipo 1 estão:
- Vontade frequente de urinar;
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Fadiga;
- Perda de peso;
- Náusea e vômito.
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O diagnóstico da doença é feito através de exames, como glicemia em jejum, hemoglobina glicada e curva glicêmica. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, incluindo a adoção de uma alimentação controlada e a prática de atividades físicas. Além disso, a pessoa com diabetes tipo 1 necessita de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores adequados.