Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iA demência é uma condição muito relacionada ao envelhecimento, que chega a atingir mais de 55 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, novas evidências científicas vêm mostrando que, além de beneficiar a saúde em geral, o exercício físico é uma das formas mais eficientes de reduzir o risco de desenvolver esse quadro.
Um estudo publicado recentemente na revista JAMA Neurology sugere que o simples fato de aumentar o número de passos que uma pessoa dá por dia pode diminuir o risco de demência em até 50%. Para chegar à descoberta, a análise utilizou dados do UK Biobank, no Reino Unido, e contou com 78.430 participantes – sendo 44,7% homens e 55,3% mulheres, que possuíam uma média de idade de 61 anos.
Quando essas pessoas se inscreveram para a pesquisa, nenhuma delas apresentava doenças cardiovasculares ou demência e elas foram acompanhadas por cerca de 7 anos. Durante esse período, os participantes utilizaram um aparelho no pulso 24 horas por dia, 7 dias por semana, para medir seus níveis de mobilidade corporal.
Para complementar o estudo, os pesquisadores utilizaram um algoritmo a fim de calcular a contagem de passos a partir dos dados do aparelho. É importante destacar que os cientistas também levaram em consideração o controle de algumas variáveis entre os participantes, como sexo, idade, raça, status econômico, tabagismo e saúde geral.
Assim, o estudo descobriu que tanto a intensidade quanto o acúmulo de mais passos por dia estavam associados a declínios constantes no risco de incidência de demência.
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Para que obtivessem uma redução de 50% nas chances de desenvolver a condição, os participantes tiveram que caminhar aproximadamente 9.800 passos por dia (algo próximo a 7 quilômetros). Além disso, segundo a pesquisa, quem caminha cerca de 3.800 passos por dia pode ver o risco de desenvolver demência cair em 25%.
Com relação à intensidade dos movimentos, o estudo apontou que uma maior redução no risco de demência foi alcançada por aqueles que realizam caminhada em um ritmo mais acelerado, equivalente a 112 passos por minuto durante 30 minutos por dia.
Diante dos achados, é importante reforçar que, embora haja limitações em estudos observacionais como este, eles podem apontar hipóteses que orientem estudos mais aprofundados e controlados. Mas, de forma geral, a pesquisa reforça as evidências de que os exercícios físicos são benéficos para evitar a demência.
O que causa demência?
De acordo com a Alzheimer's Society, os maiores fatores de risco que contribuem para a demência são o envelhecimento e a genética. Essa condição se torna mais comum entre pessoas com idade média de 75 anos e também entre aqueles que possuem um parente próximo que já tenha sido diagnosticado com ela.
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Ainda que o envelhecimento seja o maior causador de demência, evidências mostram que algumas mudanças no estilo de vida podem reduzir o risco de desenvolver essa condição, como aumentar a frequência da prática de exercícios físicos, ter uma alimentação saudável, além de manter-se ativo e com o cérebro estimulado por atividades de raciocínio.
Outras recomendações dos especialistas incluem os cuidados com o sono, a redução ou supressão do hábito de tomar bebidas alcóolicas e o investimento em socialização – visto que a solidão foi associada a um aumento no risco de se desenvolver demência. Muitas dessas ações, mesmo se iniciadas mais tarde na vida, podem ser eficazes para este fim e também para a promoção de uma qualidade de vida melhor.