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iPesquisadores do Instituto de Saúde Carlos III de Madri, na Espanha, elaboraram um estudo que revelou modificações na estrutura do cérebro dos pais após o nascimento do primeiro filho. De acordo com as descobertas dos cientistas, os progenitores de primeira viagem chegam a perder de 1% a 2% do volume do córtex quando um bebê chega à família.
Em artigo publicado na revista Cerebral Cortex, ligada à Oxford Academic, os autores da pesquisa explicaram que coletaram dados de neuroimagem estrutural de 20 novos pais - tanto durante a gestação de suas parceiras quanto depois do nascimento de seus primeiros filhos. No teste, também foram incluídos 17 homens sem filhos, como parte de um grupo de controle.
Durante o estudo, foram feitos alguns testes para verificar se a transição para a paternidade poderia provocar alguma mudança anatômica no volume, na espessura e no córtex cerebral (camada externa de substância cinzenta). Isso porque pesquisas feitas anteriormente revelaram que a maternidade é capaz de causar mudanças na estrutura do cérebro das mulheres.
No caso específico das genitoras, as mudanças ocorrem em associação com os hormônios da gestação, nas redes subcorticais límbicas. Essa alteração diminui a massa cinzenta, porém ajuda a mãe a ter mais foco no bebê, o que faz aumentar a aproximação e a empatia com a criança. Por isso, elas tendem a ter mais dificuldades de raciocínio lógico e ficam mais esquecidas.
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Já nos homens foram encontradas algumas tendências sobrepostas em relação à redução do volume do sistema visual junto às alterações cerebrais no córtex (área envolvida na compreensão social) e estas persistiram mesmo após o controle de idade dos pais e filhos no exame pós-natal.
Os pesquisadores ainda não sabem por que ocorrem essas alterações no cérebro masculino, mas eles acreditam que estudar os pais oferece uma oportunidade única de explorar como a experiência parental pode moldar o cérebro humano quando a gravidez não é vivenciada de forma direta (como no caso das mulheres).
Por fim, o estudo também apoia a ideia de que a transição para a vida paterna pode representar um espaço significante de mudanças no cérebro para que o pai possa se adaptar da melhor forma às alterações promovidas pela sua nova jornada de vida.
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