Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iAcordar no meio da noite ou pela manhã com recordações e sensações ruins associadas a pesadelos é mais comum do que você imagina. Porém, muitas vezes, essa experiência pode ser tão intensa que até causa mudanças de humor e picos de ansiedade em quem a viveu.
Em casos assim, esses sintomas podem estar relacionados ao transtorno de pesadelo. Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, esse é um distúrbio do sono que afeta até 8% dos adultos no mundo todo e que precisa de tratamento.
A boa notícia é que uma nova pesquisa realizada na Suíça fez uma descoberta que pode acabar, de uma vez por todas, com o problema. De acordo com os cientistas da Universidade de Genebra, o segredo para isso está em um simples acorde de piano. Entenda!
Como o estudo foi feito
O estudo feito com 36 participantes consistia no toque de um som para que as pessoas o associassem a algo positivo enquanto sonham. Isso foi feito especificamente durante o sono REM, último estágio do ciclo do sono, onde os sonhos costumam ser mais marcantes e acontecem com mais clareza, que dura por volta de 20 minutos.
Na análise, as pessoas foram divididas em dois grupos. No primeiro, estavam 18 participantes com transtorno de pesadelo que foram submetidos à terapia de ensaio de imagem — uma forma de treinamento cognitivo-comportamental que imagina finais positivos para os sonhos. Essa versão “mais feliz” dos pesadelos ainda foi associada a um determinado acorde de piano.
As outras 18 pessoas, que também tinham pesadelos, foram colocadas em um grupo de controle. Elas também fizeram a terapia para reimaginar seus sonhos, mas sem qualquer som associado. Ou seja, os cientistas buscaram examinar especificamente o efeito da música nesse processo.
Para isso, todos os participantes usaram uma faixa na cabeça, durante a noite, por duas semanas. O dispositivo era responsável por monitorar os estágios do sono e emitir um som que não fosse capaz de acordar o participante ao longo da experiência. Esse som transmitido a ambos os grupos ocorria a cada 10 segundos durante o último estágio do ciclo do sono.
Ao final da pesquisa, o psiquiatra do Laboratório do Sono da Universidade de Genebra, Lampros Perogamvros, concluiu que a terapia de ensaio de imagens funcionou para todos, até mesmo para o grupo de controle. Porém, no grupo experimental, onde o som foi associado positivamente, a diminuição dos pesadelos foi significativamente maior.
Os especialistas admitem que nem todos os pacientes com o transtorno respondem ao tratamento alternativo com som e que serão necessários mais estudos nessa área para comprovar resultados mais apurados. Entretanto, essa descoberta pode ser uma alternativa para intensificar a terapia e ajudar as pessoas que sofrem com o quadro.