É mestre em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília, especialista em Sexualidade da Plataforma Sexo sem Dúvida...
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O orgasmo é definido como o ápice do prazer durante uma atividade sexual - seja em uma relação com outra pessoa ou durante a masturbação. Nele, o indivíduo pode experienciar sensações físicas e psicológicas, como relaxamento muscular e alívio do estresse.
Porém, nem todas as pessoas conseguem atingir esse pico de prazer. É o que mostrou a pesquisa Censo do Sexo 2022, realizada pela Pantynova, feita com 1813 pessoas de todos os gêneros de diferentes regiões do Brasil.
Os dados revelaram que, em relações heterossexuais, a quantidade de homens que chegam ao orgasmo no sexo a dois é de 60%, comparado com 19% das mulheres. Já quando o assunto é masturbação, 86% dos homens afirmam experienciar o orgasmo, enquanto 68% das mulheres responderam o mesmo.
Com isso, foi criado o termo “Gap do orgasmo”, usado para representar a diferença significativa no alcance do prazer durante o sexo entre homens e mulheres cis. Mas por que isso acontece?
Diferenças na percepção do corpo
Bárbara Bastos, sexóloga e terapeuta sexual, explica que alguns motivos podem ser a causa para a gap do orgasmo. Entre eles está o incentivo que os homens recebem para se conhecerem sexualmente, seja através de expressões ou de situações que são impostas desde muito cedo - o que não acontece com as mulheres.
“Não podemos esquecer também da pornografia, a plataforma que muitos homens têm acesso desde cedo e acabam estimulando ainda mais o toque íntimo - não que isso seja um bom caminho, mas é a realidade de muitas pessoas. Além disso, em paralelo, existe a falta da educação sexual, que aflige grande parte da população, levando para um desconhecimento sobre o órgão do prazer feminino, que é o clitóris, e que tem grande responsabilidade no orgasmo da mulher”, fala a especialista.
É possível diminuir esse “gap”?
Para Carolina Freitas, mestre em psicologia e especialista em sexualidade da plataforma Sexo sem Dúvida, a psicoeducação é uma das principais maneiras de diminuir a diferença na experiência entre homens e mulheres. Isso conta com três pontos importantes: a masturbação, o autoconhecimento e a autoexploração.
Conhecer e explorar o próprio corpo ajuda a entender o que provoca sensações agradáveis, considerando que cada um possui suas próprias preferências. Dessa forma, durante o envolvimento com outra pessoa, a comunicação sobre o que funciona ou não vai ajudar com que o orgasmo seja atingido com mais facilidade.
“Tem muitos mitos aí de que a mulher demora mais [para atingir o orgasmo] e o homem demora menos. Na verdade, tudo tem relação com estímulos adequados. Se a mulher for bem estimulada por este homem (já que estamos falando de relações heterossexuais), também vai diminuir essa diferença, e a mulher também vai chegar ao orgasmo mais facilmente, equalizando essa questão”.