Presidente do Comitê de Reconstrução e Alongamento Ósseo da SBOT-RS. Também é ortopedista e traumatologista com enfoque...
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Crescer até cinco centímetros mesmo após atingir a idade adulta - essa é uma das possibilidades do Alongamento Ósseo Estético, cirurgia que proporciona o aumento da altura. O procedimento, ainda pouco conhecido no Brasil, deve ser feito apenas com especialistas na área.
Como funciona?
São feitas incisões nos ossos da perna, com pequenos cortes. Então, é adicionada uma haste que se conecta a um fixador externo, que é responsável por alongar o osso lentamente durante um período determinado de tempo.
Ricardo Girardi, presidente do Comitê de Reconstrução e Alongamento Ósseo da SBOT-RS, explica que a haste permanece na parte interna do osso após o alongamento completo, que pode durar entre dois e dez meses. Depois, a haste interna é travada e o fixador é retirado ao se ter a restauração completa do osso.
“A média de tempo é em torno de dois meses para cada centímetro alongado. Então, se for fazer um alongamento de cinco centímetros no fêmur, se fica uns dez meses com o fixador”, conta. Durante esse período, é essencial que o paciente seja acompanhado de perto pela equipe médica, que vai garantir a adaptação e saúde do paciente no pós-operatório.
Além disso, o alongamento ósseo também pode ser aplicado para o tratamento de outras condições, como o encurtamento de metatarso. O problema, que afeta um osso no pé onde o dedo é encurtado, pode ser resolvido com a cirurgia.
Quem pode fazer?
De acordo com Ricardo, são seguidos alguns parâmetros populacionais para determinar a necessidade da cirurgia. Dados do IBGE mostram que no Brasil pessoas nascidas com o sexo masculino têm, em média, 172 cm de altura. Enquanto isso, as do sexo feminino possuem 161 cm.
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“Então, a gente tenta ver se a pessoa está abaixo da média populacional e se essa pessoa está tendo uma perda na qualidade de vida, como alguma alteração na sua autoestima relacionada a isso”, diz.
Por isso, é recomendado que pacientes interessados no procedimento passem por uma análise psicológica prévia. Assim, podem ser identificados problemas como a dismorfia corporal, em que o indivíduo apresenta preocupações exageradas com defeitos mínimos em seu corpo.
Riscos
Por ser uma cirurgia invasiva, o alongamento ósseo deve ser feito por profissionais especializados no procedimento. Isso porque, segundo Ricardo, o médico será capaz de prever possíveis riscos e pausar o alongamento antes que as complicações ocorram.
Uma delas é a rigidez muscular, em que o paciente começa a apresentar perda de mobilidade na articulação operada. Nesses casos, é essencial que o tratamento seja interrompido.
Pacientes idosos podem apresentar atraso na consolidação do osso, seja pelo uso de medicamentos ou problemas de saúde. Há também quadros de consolidação precoce, o que danifica o fixador externo.
“Se não tiver um osso de qualidade, um regenerado de qualidade, pode ter uma fratura nesse local. Mas aí vem a questão de fazer com um profissional adequado, que conhece a técnica, e vai conseguir saber o momento exato da retirada para diminuir esses riscos”, alerta o médico.
Cuidados necessários
Durante o tratamento e uso do fixador externo, é preciso manter cuidados higiênicos e seguir orientações médicas para evitar infecções no trajeto de fios ou pinos. Caso o problema ocorra, é feito o uso de antibióticos locais e limpeza da região. Se necessário, o paciente pode precisar tomar antibiótico por via oral e, em último caso, retirar os pinos.