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Um novo estudo, publicado na segunda-feira (26) na revista The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), mostrou que, no geral, as mulheres são mais empáticas do que os homens. Ou seja, elas têm uma maior capacidade de entender o que o outro está sentindo e de se colocar no lugar dele do que os homens.
Para chegar a essa curiosa constatação, os pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, utilizaram um teste chamado “Teste de leitura da mente nos olhos”, que ajuda a medir a capacidade de uma pessoa de reconhecer o estado mental ou as emoções de outra pessoa.
O teste serve, comumente, para ajudar a determinar se uma pessoa possui problemas mentais ou cognitivos. Porém, ele também pode ajudar a testar duas formas de empatia possíveis: a empatia cognitiva e a empatia emocional.
Diferentes tipos de empatia
A empatia cognitiva é a capacidade intelectual de um indivíduo de entender o que outra pessoa está pensando ou sentindo, podendo usar esse conhecimento para prever ações desta pessoa e se colocar no lugar dela. Já a empatia emocional é a capacidade de uma pessoa de sentir as emoções da outra. Em termos populares, podemos definir como “tomar a dor do outro”.
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Os cientistas de Cambridge pediram aos participantes do estudo que olhassem fotos da área ao redor dos olhos de uma pessoa, que está fazendo algum tipo particular de expressão facial. O participante deveria, então, identificar o que a outra pessoa está pensando ou sentindo a partir de um conjunto de possibilidades.
Em seguida, os autores do estudo analisaram os resultados com grandes amostras de diferentes plataformas on-line que possuem o mesmo teste. Para isso, os cientistas trabalharam na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, na Universidade Bar-Ilan e na Universidade de Haifa, em Israel, e na IMT School for Advanced Studies Lucca, na Itália. O objetivo era ver se as diferenças culturais impactavam as pontuações de empatia.
Independente da cultura, a mulher é mais empática
Os cientistas conseguiram obter resultados de quase 306 mil pessoas em 57 países, incluindo Argentina, Croácia, Egito, Índia, Japão e Noruega. Em 36 desses países, as mulheres obtiveram, em média, pontuações mais altas de empatia cognitiva do que os homens.
Em 21 países, as pontuações foram semelhantes para ambos os gêneros. Portanto, não houve um país em que os homens pontuaram melhor do que as mulheres. No entanto, o estudo não foi capaz de explicar por que as mulheres possuem maior capacidade de empatia do que os homens, nem conseguiu elencar as diferenças individuais entre os participantes.
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Em alguns dos estudos anteriores usados para o desenvolvimento da pesquisa recente, essas diferenças de empatia entre homens e mulheres foram atribuídas a fatores biológicos e sexuais. Estudos realizados em animais e em bebês também já indicaram essa diferença de sexo na empatia. Trabalhos como esses podem ajudar cientistas a entenderem melhor porque alguns problemas de saúde mental afetam mais homens do que as mulheres e vice-versa.