Além de atuar em consultório particular, é nutricionista da equipe do Instituto Nutrindo Ideais. Formada pela Unive...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é a Introdução alimentar?
A introdução alimentar é o momento em que o bebê passa a consumir alimentos sólidos em conjunto com a amamentação. A introdução alimentar deve ser feita a partir dos 6 meses de vida, como orienta a Organização Mundial de Saúde (OMS). Até essa fase, a criança deve ser alimentada exclusivamente com leite materno.
“Nesta idade o bebê também já apresenta os sinais de prontidão, sentar sozinho, reflexo de protrusão da língua, movimento de pinça, aumento da vontade de mamar, movimento de mastigação e pressão palmar. E tudo bem se a criança não estiver pronta aos 6 meses, cada bebê se desenvolve de forma única”, explica Michelle Ferreira, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais.
Métodos
Alguns dos métodos de introdução alimentar mais usados são:
Introdução alimentar tradicional
A introdução alimentar tradicional é o método mais conhecido, em que a criança recebe alimentação com o auxílio de um adulto por meio de uma colher. Geralmente, nesse formato, o bebê pode receber papinhas, purês e frutas amassadas. De acordo com Michele, a alimentação vai evoluindo com a “consistência e variedade dos alimentos”.
Introdução alimentar BLW
A introdução alimentar BLW, sigla para Baby-Led Weaning — que em tradução livre significa “desmame guiado pelo bebê” —, é feita com a oferta de alimentos cortados em pedaços grandes para que o bebê possa segurá-los e experimentá-los por conta própria.
“Tendo assim um maior contato com a textura e a consistência do alimento. [O método é] indicado para bebês que possuem controle no pescoço e pressão palmar”, conta a profissional.
Introdução alimentar participativa
A introdução alimentar participativa une o formato tradicional com o método BLW. No formato, os alimentos são oferecidos ao bebê, que se alimenta com autonomia, mas com a assistência de um adulto. Nesse método, os pais que não se sentem confortáveis em oferecer alimentos sólidos à criança podem optar por sopinhas e purês.
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Como começar a introdução alimentar?
Os alimentos sólidos devem ser introduzidos na dieta de forma gradual e lenta. Ao mesmo tempo, a amamentação deve continuar, sendo indicada até os dois anos de idade. A nutricionista aconselha começar a introdução alimentar oferecendo frutas, inicialmente, uma vez ao dia, evoluindo para duas vezes ao dia ao longo do progresso do bebê.
Os almoços podem ser introduzidos na rotina 15 dias após o início da introdução alimentar. Após mais 15 dias, os jantares podem ser implementados. Para as refeições, Michelle Ferreira sugere ingredientes como:
- Arroz e tubérculos: arroz branco ou integral, inhame, mandioca, milho, batata inglesa, baroa ou doce
- Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico e ervilha
- Proteínas: frango, carne e peixe
- Hortaliças verdes: chuchu, abobrinha, brócolis, couve, espinafre, jiló e repolho verde
- Hortaliças coloridas: abóbora, beterraba, cenoura, berinjela e repolho roxo
Alimentos alergênicos
Segundo a profissional, alimentos potencialmente alergênicos, como o ovo, devem ser oferecidos o quanto antes para evitar que o bebê desenvolva uma alergia. “O ovo é ofertado primeiro a gema, pois é ela que desencadeia o processo alergênico e, no dia seguinte, a clara a partir de então. Caso não tenha ocorrido nenhum processo de alergia, se começa a ofertar os dois juntos”, esclarece.
Talheres, utensílios e acessórios
Durante a introdução alimentar, alguns pais podem sentir que precisam de diversos acessórios para auxiliar nesse processo. No entanto, Michelle garante que os utensílios devem ser bem simples e ergonômicos.
“A colher deve ser de tamanho que caiba na boca da criança e os líquidos devem ser ofertados em copos. Evite copos que tenham canudos ou muitos detalhes em seu formato porque dificultam a limpeza”, informa.
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Devo insistir?
Durante o processo de descoberta das novas texturas e sabores, os pais podem se deparar com um movimento que pode ser confundido com uma ânsia de vômito. Na realidade, ele é o GAG, um reflexo natural e protetor dos bebês. “É uma espécie de proteção das vias aéreas, que faz um alimento mal mastigado voltar para a frente da boca, muito parecido com uma ânsia de vômito”, esclarece Michelle.
No entanto, ao perceber qualquer recusa por parte da criança, é importante não insistir naquele momento. “Não fique forçando, mas não desista, é necessário tentar outras vezes, pelo menos 10 vezes. Cada criança terá suas preferências com o tempo, mas devemos ofertar o maior leque de alimentos ao longo desta introdução alimentar, mas tudo com calma”, ressalta a nutricionista.
Dicas:
- Evite potes de plásticos devido ao potencial de contaminação com Bisfenol A
- Retire as sementes das frutas
- Cozinhe os ingredientes separadamente para que o bebê conheça cada sabor
- Não adicione sal nos alimentos, use temperos naturais, como cebola e cheiro-verde