Médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), especiali...
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A atriz Aracy Balabanian, conhecida pelos seus papéis em “Rainha da Sucata” (1990) e Sai de Baixo (1996), morreu nesta segunda-feira, 7 de agosto, aos 83 anos, no Rio de Janeiro. A artista estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, e a notícia foi confirmada por familiares e amigos.
Aracy havia sido diagnosticada com câncer de pulmão no fim do ano passado. No Brasil, a doença é a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres, aproximadamente 25% de todas as mortes por câncer, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em 2020, a enfermidade foi responsável por 28.618 mortes no país.
Quais são os fatores de risco para câncer de pulmão?
A principal causa do câncer de pulmão é o tabagismo, responsável por cerca de 85% de todos os casos do tumor, segundo o Inca. As chances podem diminuir entre aqueles que param de fumar, mas seguem sendo maiores entre ex-fumantes do que aqueles que nunca fumaram.
No entanto, esse não é o único fator de risco para o surgimento do câncer de pulmão. De acordo com o pneumologista Gleison Guimarães, especialista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a exposição ao amianto, ao radônio e a certas substâncias químicas, como arsênio, berílio, cromo, cádmio, níquel e a outros compostos também pode aumentar o risco de câncer de pulmão.
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“Pessoas que trabalham com amianto têm um risco significativamente maior de desenvolver câncer de pulmão e o risco é ainda maior se a pessoa também fuma. Já o radônio é um gás radioativo natural que pode se acumular em casas e prédios e sua exposição prolongada também tem sido associada a um risco aumentado da doença”, explica o especialista.
Além disso, a poluição do ar e a exposição à radiação também são fatores de risco para o câncer de pulmão. Doenças pulmonares pré-existentes, como fibrose pulmonar idiopática ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), histórico familiar da doença e fatores genéticos também estão associados ao risco.
Quais são os sinais de alerta do câncer de pulmão?
“O câncer de pulmão pode não apresentar sintomas nos estágios iniciais, o que, muitas vezes, contribui para diagnósticos em fases tardias da doença”, afirma Gleison. Por outro lado, há sintomas que podem servir como sinais de alerta e não devem ser ignorados, são eles:
- Tosse persistente, que dura mais de três semanas
- Perda de peso e perda de apetite
- Falta de ar ou desconforto respiratório
- Tosse com sangue (mesmo em uma pequena quantidade)
- Dor no peito, principalmente ao respirar profundamente, tossir ou dar risada
- Rouquidão
- Fadiga
- Chiado no peito
- Infecções repetidas, como bronquites ou pneumonias
“Esses sintomas não são específicos e podem ser causados por outras condições clínicas, como infecção ou condição pulmonar crônica, como asma ou DPOC”, explica Gleison. “Mas, se persistirem ou se estiverem associados ao tabagismo ou à exposição a carcinógenos, pensar nessa possibilidade pode aumentar o diagnóstico precoce e as chances de cura”, ressalta.
Como prevenir e tratar o câncer de pulmão?
Evitar os fatores de risco é a principal forma de prevenção do câncer de pulmão, como parar de fumar e evitar o fumo passivo. Isso inclui o uso de cigarros eletrônicos. “O aerossol do cigarro eletrônico pode conter produtos químicos cancerígenos e pequenas partículas que penetram profundamente nos pulmões”, afirma Gleison. Porém, o pneumologista ressalta que o impacto do uso de cigarros eletrônicos e a sua relação com o câncer de pulmão ainda estão sendo estudados.
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Uma vez diagnosticado, o tratamento para o câncer de pulmão depende do tipo e do estágio da doença. As principais possibilidades são:
- Cirurgia para remoção do tumor
- Quimioterapia
- Terapia alvo
- Imunoterapia
- Radioterapia
- Terapia de ablação (para tumores menores)
- Tratamentos paliativos
Quando detectado precocemente, há maiores chances de cura. “Em estágios avançados, o foco do tratamento pode se voltar mais para o controle da doença e para a melhoria da qualidade de vida do que para a cura”, afirma Gleison.