Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizou residência médica em Pediatria pelo In...
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Os tratamentos para bronquiolite servem para aliviar os sintomas e evitar a progressão da infecção, que pode causar quadros graves em bebês de até dois anos. A doença, comum entre as crianças, é causada por vírus, principalmente o vírus sincicial respiratório (VSR), e gera febre, tosse, respiração rápida e chiado no peito.
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A infecção acomete até crianças de dois anos e é equivalente à bronquite em adultos. Normalmente, dura entre 3 e 7 dias, mas em alguns casos, a doença pode causar sintomas mais graves, como desconforto respiratório e afundamento dos músculos da costela. Nessas situações, o bebê deve ser tratado em hospital. A seguir, entenda qual é o tratamento para bronquiolite e como é feito.
Medicamentos para bronquiolite: existe alguma opção?
Ainda não existe medicamento específico para bronquiolite, como um antiviral. A única exceção é se a doença for causada pelo vírus influenza (além do VSR, a bronquiolite pode ser causada por rinovírus, metapneumovírus, parainfulenza e adenovírus). Antibióticos também não são recomendados no tratamento, já que esse tipo de medicamento trata apenas infecções bacterianas.
“Excepcionalmente, caso ocorra uma infecção bacteriana secundária à bronquiolite, ou seja, alguma complicação na evolução da doença, como otite ou pneumonia, podem ser prescritos antibióticos”, explica Cristiana Meirelles, infectologista pediátrica da Beep Saúde.
Então, quais tipos de medicamentos podem fazer parte do tratamento para bronquiolite e quando eles são necessários? De acordo com a especialista, se houver febre, é possível usar um antitérmico para aliviar o sintoma. Alguns exemplos são a dipirona, o ibuprofeno e o paracetamol.
Em casos mais graves, em que há desconforto respiratório, o médico pode receitar um broncodilatador. Esse é um tipo de medicamento que relaxa o músculo dos brônquios, aumentando a passagem de ar e facilitando a respiração. “Se há melhora na respiração, a medicação é mantida. Não havendo, ela é suspensa”, afirma Cristiana.
Hidratação e alimentação adequada são essenciais
Sem um medicamento específico para tratar a doença, as principais opções de tratamento para bronquiolite em bebê são hidratação e alimentação adequadas. O repouso também é fundamental para que a criança se recupere bem do quadro infeccioso.
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A hidratação é importante para facilitar a eliminação do vírus de forma natural pelo organismo. Além disso, a desidratação pode piorar o quadro de saúde do bebê. O mesmo vale para a alimentação adequada, já que nutrientes e vitaminas são importantes para manter o bom funcionamento do corpo.
“É interessante deixar o ambiente bem ventilado, evitar locais de aglomeração e contato com pessoas doentes para que não haja exposição a outras viroses no período da bronquiolite”, completa Cristiana.
Lavagem nasal pode ajudar
A lavagem nasal com soro fisiológico também é uma medida interessante para ajudar no tratamento da bronquiolite. O procedimento ajuda a drenar as secreções que podem se acumular nas vias aéreas superiores e a evitar que elas causem complicações no quadro de bronquiolite.
Além disso, a lavagem também facilita a respiração, já que ajuda a retirar o acúmulo de secreções no nariz. O ideal é que o procedimento seja feito todos os dias, pelo menos duas vezes ao dia (uma pela manhã e outra à noite, antes de dormir). Para isso, podem ser usadas seringas ou aspiradores nasais.
Fisioterapia respiratória para casos graves
Em casos mais graves de bronquiolite, em que o bebê sofre com desconforto respiratório e a internação passa a ser necessária, a fisioterapia respiratória passa a fazer parte do tratamento.
“A fisioterapia para bronquiolite pode ajudar na mobilização e na eliminação de secreção respiratória e no tratamento de atelectasias [quando uma parte ou totalidade do pulmão fica sem ar], que são complicações comuns da bronquiolite”, explica a infectologista pediátrica.
A especialista explica que a fisioterapia também é importante para crianças com comorbidades, como paralisia cerebral, fibrose cística e síndrome de Down, já que podem causar hipotonia muscular (diminuição do tônus muscular).
Como prevenir a bronquiolite?
Ainda não há uma vacina disponível para prevenção de bronquiolite, mas já existe um anticorpo monoclonal, ou seja, que já está pronto para proteger contra o vírus, chamado Palivizumabe. “Ele protege bebês em maior risco da infecção pelo VSR e é recomendado para bebês prematuros, com cardiopatia congênita, e com doença pulmonar crônica, devendo ser aplicado em cinco doses mensais no período de sazonalidade do vírus (outono e inverno)”, explica Cristiana.
Outras medidas também são eficazes em prevenir a bronquiolite, como manter o distanciamento social, principalmente com pessoas resfriadas, manter as mãos higienizadas e usar máscara para entrar em contato com o bebê caso esteja com alguma infecção viral.