Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP e com doutorado em Infectologia na Universidade Federal de São Paulo (U...
iRedatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, na segunda-feira (2), uma nova vacina contra a malária para crianças. A doença é causada pela picada do mosquito Anopheles e é muito comum na região da Amazônia no Brasil. Se não tratada, pode levar ao óbito.
A nova vacina, chamada R21/Matrix-M, foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e serve para prevenir a malária em crianças com risco de contrair a doença, que vivem em zonas onde a transmissão é moderada ou elevada. Seu uso já foi autorizado em países como Gana, Nigéria e Burkina Faso.
Essa é a segunda vacina a ser recomendada pela OMS para crianças. Em 2021, outro imunizante, o “RTS,S”, produzido pela farmacêutica GSK, foi a primeira a ser aprovada pela entidade para prevenir a malária no público infantil. Ambas as vacinas apresentam taxas de eficácia semelhantes, em torno de 75%.
Leia mais: Sintomas da dengue: saiba quais são e quanto tempo duram
"Como pesquisador da malária, sonhava com o dia em que teríamos uma vacina segura e eficaz contra a malária. Agora temos duas", declarou em uma coletiva de imprensa o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. De acordo com ele, a R21/Matrix-M é "uma ferramenta extra essencial para proteger mais crianças, mais rápido", para "nos aproximarmos da nossa visão de um futuro sem malária".
Malária: como ocorre a transmissão e quais são os sintomas
A malária é uma doença infecciosa transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles que esteja infectada por um protozoário do gênero Plasmodium. A doença não é contagiosa, ou seja, não é transmitida de uma pessoa para outra. No Brasil, ela é mais comum na região amazônica.
Os principais sintomas da malária incluem:
- Febre alta
- Calafrios
- Dores de cabeça e musculares
- Taquicardia
- Aumento do baço
- Delírios causados pela febre alta
Em casos graves, a malária pode causar, ainda, alteração da consciência, dificuldade para respirar, convulsões, hemorragias e hipotensão arterial. A doença pode ser tratada com medicamentos e cuidados ambulatoriais.
Saiba mais: Vacina contra dengue: entenda como funciona e quem pode tomar
Ainda não existe vacina contra a malária disponível no Brasil. Portanto, as formas de prevenção da doença são alguns cuidados individuais e coletivos, principalmente nas áreas de maior incidência, como:
- Uso de mosquiteiros nas janelas
- Uso de repelentes
- Controle da vegetação aquática
- Melhoramento das condições de moradia e trabalho
Segundo o médico Celso Granato, assessor em infectologia do Fleury Medicina e Saúde, é relativamente comum que as pessoas se perguntem como se prevenir do risco de pegar malária em situações como viagens à região amazônica do Brasil.
"Uma forma simples de orientar essas pessoas é procurar o Serviço de Auxílio ao Viajante do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, ou outro de referência em sua localidade, por exemplo. Esse serviço funciona muito bem e é gratuito”, explicou o especialista, em matéria publicada anteriormente no MinhaVida.
“Além de darem informações e orientações sobre os cuidados gerais, eles têm uma série de informações bem atualizadas sobre o tipo de Plasmódio que temos em cada região brasileira e, no caso do Plasmodium falciparum, orientações baseadas na resistência desse protozoário aos medicamentos, o que varia muito de região para região", finalizou.