Médica especialista em cirurgia vascular, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, especialista...
iQuando é a hora de fazer uma cirurgia para as varizes, veias superficiais dilatadas e tortuosas nas pernas que, devido a essas alterações, podem evoluir com sintomas como peso, cansaço, inchaço e queimação? Essa é uma dúvida muito comum.
Umas das indicações é quando há comprometimento da veia safena, por exemplo. Quando o paciente recebe o diagnóstico de que a safena está doente, é muito comum acontecer uma preocupação com isso, pois acreditam que é algo muito grave.
É válido ressaltar que o acompanhamento com médico vascular é sempre necessário e nem toda alteração na função da safena deverá ser tratada com cirurgia, porém vários fatores são levados em consideração ao definir a conduta a ser tomada diante do problema.
Por outro lado, se for constatado que a safena está dilatada e/ou sofre com insuficiência e o paciente tem sintomas, medidas devem ser tomadas, uma vez que, na presença dessas condições, o sangue vai se acumulando nas pernas.
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Outra indicação de cirurgia é quando temos, nas pernas, veias dilatadas que nutrem os vasinhos que chamamos de telangiectasias: são as chamadas veias nutrícias ou nutridoras. Temos a alternativa de tratar essas veias em consultório, mas após a consulta, alguns vasculares podem indicar a abordagem em ambiente hospitalar.
Depois que a cirurgia é indicada, exames pré-operatórios podem ser realizados, sendo que eles variam de acordo com a idade da pessoa, doenças relacionadas e histórico de saúde.
A cirurgia é realizada em um hospital, hospital-dia ou em clínicas com suporte especializado. O período da internação depende da extensão do procedimento, mas geralmente a pessoa pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte, caso tudo evolua dentro do esperado.
Hoje em dia há várias técnicas cirúrgicas, veja abaixo:
- Microcirurgia: pode ser realizada em ambiente ambulatorial ou ambiente hospitalar. É realizado um pequeno corte do lado da veia doente, que nem precisa dar ponto, e a veia é retirada com o auxílio de um instrumento cirúrgico semelhante a uma agulha de crochê. Esse processo é feito em todo o trajeto das varizes nas pernas retirando a veia delicadamente sem quebrá-la. É um procedimento que geralmente não exige muito repouso.
- Cirurgia convencional com safenectomia: após a anestesia, é feita uma incisão na virilha e dissecção da veia safena. Em seguida, é realizado um outro corte próximo ao tornozelo para identificar a veia nessa localização. Com isso, um instrumento chamado fleboextrator é passado e é feita uma ligadura nas duas pontas da veia, retirando-a. Depois, faz-se uma compressão na região da veia retirada para evitar sangramentos e, finalmente, é feito o fechamento da pele. Hoje em dia, a técnica vem sendo substituída por outras menos invasivas.
- Termoablação de veia safena com laser endovenoso ou radiofrequência: é uma alternativa eficaz ao procedimento cirúrgico convencional. Através de uma punção guiada por ultrassom, uma fibra de laser ou um cateter de radiofrequência é introduzido até o ponto do comprometimento, e através da geração de calor essa fibra promove o fechamento da veia doente. Posteriormente, a veia é absorvida pelo organismo.
É um procedimento que não tem cortes e, na maioria dos casos, a recuperação é muito mais rápida do que uma cirurgia convencional, com repouso mínimo, menos hematomas e menos sintomas no pós-operatório.
O tratamento de varizes está em constante evolução, com novas técnicas minimamente invasivas desenvolvidas. A vantagem é que há excelentes resultados, sendo que eles podem ser duradouros e com menos impacto na rotina, além de exigir menos tempo de repouso e proporcionar um retorno precoce para as atividades do dia a dia. É importante conversar com o médico, tirar as dúvidas e entender a melhor abordagem para cada caso individualmente.
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