Médico ginecologista e obstetra formado pela Faculdade de Medicina PUC Campinas. Residência médica em Ginecologia e Obst...
iA Restrição de Crescimento Intrauterino (RCIU) é uma patologia preocupante que afeta o desenvolvimento fetal durante a gravidez. Ainda não há um consenso sobre o aumento generalizado da condição, mas a conscientização sobre a RCIU tem aumentado nos últimos anos.
Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento da restrição de crescimento intrauterino, incluindo questões genéticas, condições maternas pré-existentes, tabagismo, consumo de álcool, desnutrição e hipertensão durante a gravidez. Um fator que ganhou destaque ultimamente é a trombofilia, uma patologia em que o sangue tem maior propensão a formar coágulos. A trombofilia pode prejudicar o fluxo sanguíneo uteroplacentário, afetando o suprimento de nutrientes e oxigênio para o feto, contribuindo para a RCIU.
Para identificar precocemente o risco de RCIU, o rastreio bioquímico de primeiro trimestre tem sido estudado. Este exame avalia marcadores no sangue materno, como o PAPP-A e o hCG, juntamente com medidas da translucência nucal do feto. Embora esses testes possam indicar um risco aumentado, eles não são conclusivos, mas oferecem uma oportunidade para monitorização mais próxima.
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Quando a RCIU é diagnosticada, o tratamento durante a gestação é essencial. Isso inclui um monitoramento rigoroso do bem-estar do feto, o que pode envolver ultrassonografias frequentes e a avaliação do fluxo sanguíneo no cordão umbilical. Em casos graves, pode ser necessário o parto prematuro para proteger a saúde do feto.
Além dos riscos para o feto, a RCIU também pode afetar a saúde da gestante. As mulheres com RCIU têm um risco aumentado de complicações, como pré-eclâmpsia e parto prematuro, o que torna o acompanhamento médico rigoroso ainda mais importante para garantir o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.
Em resumo, embora a incidência de RCIU não seja conclusivamente crescente, a atenção à condição tem aumentado. A identificação precoce, com a ajuda do rastreio bioquímico de primeiro trimestre, e a gestão adequada do tratamento durante a gravidez são essenciais para minimizar os riscos associados ao problema, especialmente quando condições como a trombofilia estão envolvidas. Isso é fundamental para garantir a saúde tanto da gestante quanto do feto.
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