Médico cirurgião plástico formado pela conceituada escola da UFRJ, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plást...
iDor nas costas, incontinência urinária, prisão de ventre e prolapso do útero ou bexiga: o que todos esses problemas de saúde têm a ver com diástase abdominal? Muito além da estética de uma barriga proeminente, a diástase abdominal, que é a distância entre os músculos abdominais e que forma uma espécie de abertura na parede daquela região, pode afetar a saúde em vários aspectos.
Pela interferência na capacidade da musculatura abdominal de estabilizar o tronco, quando a diástase ultrapassa mais de 2,5 centímetros há prejuízo de funções importantes, como o controle lombo-pélvico, contenção vesical (capacidade de controlar o xixi), continência fecal (capacidade de controle da evacuação) e postura ereta. Problemas crônicos de saúde já podem provocar a diástase, que é consequência de uma pressão maior dentro da região abdominal.
Por conta do afastamento dos músculos retos na linha média do abdome, o resultado negativo é a fraqueza da parede abdominal. Sendo assim, a diástase pode provocar o prolapso, ou seja, o deslocamento do útero ou da bexiga para a região abdominal. Já a dor nas costas é sentida por causa do desequilíbrio muscular.
Como o enfraquecimento da parede abdominal gera pressão excessiva na bexiga, a pessoa começa a ter dificuldades com o controle de líquidos no canal da uretra, sofrendo com incontinência urinária. E pode ocorrer ainda constipação, pois a capacidade muscular comprometida na região do abdome interfere no processo natural de eliminação das fezes.
Além disso, a gravidez afeta o bem-estar da gestante, pois as dores nas costas e a incontinência urinária são recorrentes, além de intercorrências como o prolapso do útero e bexiga. E como não poderia deixar de ser, a flacidez que se instala na região abdominal devido ao enfraquecimento muscular interfere na qualidade de vida e autoestima da mulher.
As mulheres sofrem mais com diástase, pois a gravidez dificulta o retorno do músculo ao local de origem. A diástase abdominal está ainda relacionada com a obesidade e com o avanço da idade, que podem favorecer o afastamento dos músculos no reto abdominal.
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Nova técnica de tratamento
Sendo assim, a correção da diástase é essencial para a saúde, beleza e bem-estar, e resgata o contorno corporal, promovendo o fortalecimento do tônus abdominal. Para atingir tantos benefícios, é preciso unir tecnologia e evolução. A técnica MILA, que significa Minimally Invasive Lipoadominoplasty (Lipoabdominoplastia Minimamente Invasiva, em português) é um aprimoramento da abdominoplastia, considerada a cirurgia mais indicada para o tratamento da disfunção abdominal.
O procedimento é uma combinação de técnicas de lipoaspiração, videoendoscopia para corrigir a diástase e tratamento para a retração de pele.
Primeiramente, é realizada a lipoaspiração para remover a gordura localizada da área abdominal, visando facilitar a reaproximação dos músculos e atingir a melhor remodelação corporal. Em seguida é aplicada a videoendoscopia robótica, que vai corrigir por completo a diástase, com a reaproximação total das paredes dos músculos do abdômen.
As micro incisões que são aplicadas removem o excesso de gordura e pele, bem como unem e fortalecem os músculos retos abdominais. Considerado um método minimamente invasivo, permite o acesso ao órgão através da câmera de vídeo e instrumentos endoscópicos, deixando cicatrizes praticamente imperceptíveis. A recuperação é outro benefício, pois é mais ágil, sem grande desconforto no pós-operatório.
Para finalizar, é utilizado o aparelho BodyTite, que tem como objetivo a retração da pele e a estimulação de colágeno. Todo o processo cirúrgico e clínico devidamente aplicado e com o paciente seguindo as orientações do cirurgião plástico oferece resultado semelhante ao da abdominoplastia. O resultado efetivo repercute na saúde física, orgânica e mental.
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