Médica ortopedista e traumatologista especializada em tornozelo, pé e doenças do osso. É chefe do Grupo de Medicina e Ci...
iA entorse de tornozelo, ou torção de tornozelo, é a lesão esportiva mais frequente de membros inferiores. Apesar de as lesões no joelho serem as mais faladas, os entorses de tornozelo são muito mais frequentes do que os de joelho. Elas são classificadas em três tipos, de acordo com a intensidade.
Entorse de tornozelo de grau 1
É quando acontece uma distensão dos ligamentos em decorrência de um trauma mínimo, como um desequilíbrio no solo, um buraco, uma caminhada pela rua. O entorse vai culminar com pouco inchaço e pouca dor. Esse paciente consegue continuar caminhando e normalmente não busca imediatamente um pronto-socorro para resolver a questão. Porém, o indivíduo fica com o tornozelo doendo e inchado, por conta da lesão. Os entorses grau 1 têm que ser imobilizados e normalmente se faz por cerca de dez dias.
Entorse de tornozelo de grau 2
É quando ocorre uma ruptura parcial dos ligamentos, que pode acontecer ao correr, estar caminhando um pouco mais rápido ou um desnível um pouco maior. O tornozelo fica proporcionalmente mais dolorido e mais inchado. Normalmente esse indivíduo procura atenção médica antes e, sendo uma ruptura parcial, ele fica 21 dias imobilizado.
Entorse de tornozelo de grau 3
Os entorses de grau 3 representam uma ruptura completa dos ligamentos, e podem acontecer em decorrência de atividades esportivas de maior impacto, jogando futebol ou caindo de um degrau da escada. Em geral, a pessoa com essa lesão normalmente não consegue continuar caminhando depois do episódio, ou seja, se o problema acontece durante uma atividade esportiva, a pessoa não consegue continuar e procura auxilio médico imediato. Por ser uma lesão completa do ligamento, esse indivíduo também fica imobilizado por cerca de 30 a 45 dias.
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Imobilização imediata é fundamental
No entorse do tornozelo é importante lembrar que a imobilização imediata é muito importante, porque vai oferecer para o tornozelo ou para os ligamentos um ambiente adequado para cicatrização. Há dois tipos possíveis de imobilização:
- Bota: também conhecida por robofoot, é a forma amplamente distribuída nos pronto-socorros;
- Órtese rígida: tornozeleira específica em que normalmente o paciente acaba tendo que buscar de forma específica essa órtese rígida.
Não é necessário ficar sem pisar depois de um entorse de tornozelo em que tenha só o comprometimento dos ligamentos laterais. Em uso de imobilização, o paciente pode continuar pisando o pé no chão.
É importante lembrar que existem três grandes grupos de ligamentos do tornozelo: os mediais, os da sindesmose e os ligamentares laterais, sendo que estes últimos são afetados pelas entorses mais recorrentes.
Os ligamentos mediais e da sindesmose são ligamentos que necessitam uma atenção extra. Normalmente, acontecem em decorrência de traumas mais expressivos, e precisam então da imobilização com a bota e, em alguns graus de ruptura, também necessitam de tratamento cirúrgico.
Depois de um entorse de tornozelo as orientações são procurar atendimento médico para fazer a imobilização correta, já que ela é a parte mais importante. Além disso, outras medidas de apoio são a utilização de gelo durante 20 minutos três vezes ao dia. Essa medida vai ajudar a controlar o inchaço.
Os anti-inflamatórios prescritos por um médico e usados por cinco dias também podem ajudar no controle da dor e do inchaço.
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