Médica dermatologista da Unimed Franca. Formada em medicina pela Faculdade de Medicina de Marília, com residência em Der...
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A disidrose, ou eczema disidrótico, é uma doença rara de pele que se manifesta com pequenas bolhas nas mãos e nos pés, normalmente na sola e na lateral dos dedos. Não contagiosa, suas bolhas podem causar coceira, incômodo ou descamação. Em casos mais graves e extensos, a disidrose pode atingir quase a totalidade das mãos e dos pés.
Embora a causa exata ainda não seja esclarecida, a disidrose normalmente é associada à dermatite atópica, uma vez que quase 50% dos pacientes com disidrose apresentam a doença, ou a fatores externos, como dermatite de contato por metais, infecções bacterianas e fúngicas e alterações de temperatura, segundo Andrezza Barcelos, dermatologista da Unimed Franca.
É importante apontar que, em alguns casos, a disidrose pode se tornar crônica, ou seja, estar presente na pele por longos períodos sem remissão. Os sintomas tendem a ser bastante incômodos e a afetar a autoestima, o que torna essencial uma consulta com o dermatologista para avaliar o quadro e indicar o tratamento mais adequado.
Como identificar a disidrose?
Os sintomas de disidrose são característicos e se manifestam com pequenas bolhas d’água, no formato de sagus, nas mãos e nos pés. Normalmente elas se concentram na palma das mãos e na lateral dos dedos e nas solas dos pés. Em casos graves, podem atingir a totalidade das mãos e dos pés. As bolhas podem ser da cor da pele ou levemente avermelhadas, causando coceira, dor ou incômodo no local.
Não existem exames específicos para identificar a disidrose, mas um médico pode solicitar exames laboratoriais micológicos para análise de fungos, culturas para bactérias, testes de alergia e biópsia de pele, para avaliar psoríase palmoplantar ou quadros de pênfigo/penfigoide (doenças que causam bolhas na pele).
Como é feito o tratamento de disidrose?
O tratamento de disidrose normalmente envolve o uso de corticoides tópicos de média ou alta potência. Em casos específicos, pode ser necessário o uso de corticoides orais por um curto período de tempo, segundo Andrezza.
“Outros imunomoduladores, como cremes à base de inibidores de calcineurina podem ser usados em casos crônicos, porque o uso prolongado de corticoides tópicos pode resultar em atrofia da pele”, explica a dermatologista.
A aplicação de toxina botulínica também é uma opção em casos crônicos, mas Andrezza ressalta a importância de avaliar fatores desencadeantes de disidrose para evitá-los, como substâncias irritativas.
Em pacientes com sensibilidade a níquel ou cobalto, dietas com baixo nível desses metais podem ajudar na estabilização do quadro. No caso de níquel, pode-se evitar o consumo de alimentos enlatados ou cozidos em recipientes com o metal, além de ostras, feijão, cogumelos e farinha integral. Já no caso de cobalto, Andrezza cita damasco, cerveja, repolho e cacau.
Como aliviar os sintomas de disidrose?
Além do tratamento com corticoides tópicos, algumas medidas podem ajudar a aliviar a coceira e o desconforto causado pelas bolhas na pele, como uso de compressas frias, hidratantes suaves (sem corantes ou perfumes) e medicamentos anti-histamínicos.
“A disidrose não tem um tratamento curativo, mas com acompanhamento médico é possível um bom controle dos sintomas e diminuição das crises. Evite a automedicação e procure um dermatologista de confiança para um correto diagnóstico e tratamento”, finaliza Andrezza.