Formação em Medicina pela Universidade de Taubaté, SP. Possui Residência Médica em Clínica Médica pelo Hospital Ana Cost...
iRedatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
Bolhas agrupadas nas mãos e nos pés são sinais característicos de disidrose, uma doença de pele rara. A causa exata ainda não é conhecida, mas possíveis fatores envolvem reações alérgicas, doenças, como dermatite atópica, e estresse e ansiedade, que podem desencadear crises de disidrose ou agravar a condição.
“A disidrose idiopática, que é aquela que não está associada a outras patologias de pele, está bastante associada a fenômenos de estresse e ocorre mais no verão”, explica Seomara Catalano, médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A disidrose é caracterizada por pequenas vesículas agrupadas nas laterais das mãos, nos dedos e nos pés e é mais comum entre os 20 e 40 anos de idade, apesar de acontecer em crianças também. “Os surtos são autolimitados, durando em torno de três semanas e, geralmente, são acompanhados de uma ‘coceira dolorosa’, com as vesículas descamando ao final do quadro”, completa a especialista.
Disidrose emocional: por que acontece?
Chamada popularmente de "disidrose emocional", a condição acontece porque, durante episódios de estresse ou ansiedade, pode haver uma queda da resposta do sistema imunológico, contribuindo para o desenvolvimento ou para o agravamento de inflamações. Sua incidência pode ser maior no verão, pois no período é comum suar excessivamente, o que também pode influenciar no surgimento da disidrose.
Quais são os outros fatores que levam à disidrose?
Apesar de as causas da disidrose ainda não serem totalmente esclarecidas, há alguns outros fatores, além do emocional, que também influenciam no surgimento do quadro. “Além da disidrose idiopática, existe a disidrose secundária, que está associada a outras doenças, como dermatite atópica, eczema de contato, infecções fúngicas ou reações a medicamentos”, afirma Seomara.
No caso da infecção por fungos, um bom exemplo é a micose, que pode levar ao desenvolvimento de disidrose secundária. Reações alérgicas a medicamentos ou a substâncias químicas presentes em perfumes, produtos de limpeza e cremes também são fatores de risco.
“Na secundária, os sintomas de disidrose são mais intensos, com mais coceira e maior inflamação. O quadro pode piorar em crises de ansiedade e estresse”, explica a especialista.
Qual é o melhor tratamento para disidrose?
O tratamento para disidrose varia de acordo com a causa e se há outra doença relacionada ao surgimento dos sintomas. Se houver infecção por bactéria, podem ser usados antibióticos tópicos ou, até mesmo, orais. Em casos de inflamações mais intensas, corticoides podem ser receitados.
Entre as opções de pomada para disidrose, as antifúngicas são indicadas para lesões associadas aos fungos, como a micose. Por fim, podem ser indicados medicamentos imunossupressores e radioterapia em casos mais raros.
No dia a dia do tratamento, também é possível aplicar compressas com soluções adstringentes [que causa estreitamento dos tecidos e reduz as secreções] para que as vesículas sequem mais rápido, conforme explica Seomara.
“Também é importante lavar cuidadosamente as mãos para evitar contaminação bacteriana, porque pode agravar o quadro. Além disso, usar luvas, preferencialmente de vinil ou nitrila, ao manusear produtos de limpeza”, completa.