Graduado pela Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em Medicina, tendo se esp...
iRedatora especialista em temas relacionados com bem-estar, família e comportamento.
O que é Disidrose?
A disidrose, ou eczema disidrótico, é uma doença de pele rara e decorrente de uma reação alérgica. Trata-se de um quadro de dermatite caracterizado pelo surgimento de pequenas vesículas nas mãos e pés - similares ao formato de sagus.
Normalmente, as bolhas com líquido dentro surgem na sola dos pés e na lateral dos dedos - sendo incomum de ocorrer em outras partes do corpo. As vesículas não ficam por muito tempo no corpo e tendem a secar após duas a três semanas em média.
Disidrose é contagiosa?
A disidrose não é uma doença contagiosa. Dessa maneira, não há risco de contrair a condição a partir do contato com a pele de alguém que conviva com a patologia.
Causas
A causa exata da disidrose ainda não é esclarecida. Por muito tempo achou-se que elas ocorriam devido algum problema nas glândulas presentes nas mãos e pés. Hoje é mais aceito que o problema esteja relacionado à alguma alergia, que pode ser por:
- Contato com alguma substância (perfume, produtos de limpeza, cremes e outros), mesmo que não sejam utilizados na região que está apresentando os sintomas;
- Por inalantes (como cheiro de tinta, solventes, material de construção etc.);
- Alimentos;
- Medicamentos, que causariam os sintomas mais intensos e com maior extensão.
Outra reação alérgica que pode estar relacionada à disidrose é por fungos. Este tipo acontece mais na região dos pés e um exemplo bastante comum é a micose. Logo, nestes casos a pessoa pode ter apenas uma micose ou uma disidrose secundária, que pode ser confirmada com um exame micológico.
Ela também está relacionada ao estresse emocional, em que os sintomas tenderiam a surgir em épocas de maior estresse na vida da pessoa.
Ela pode ser crônica, ou seja, com os sintomas aparecendo repetidas vezes mesmo com o tratamento, o que geralmente significa que a pessoa ainda não identificou a causa da alergia e acabou entrando em contato com ela novamente.
Sintomas
Os sintomas da disidrose são muito característicos, marcados pela presença de pequenas bolhas d'água, com o formato de grãos de sagus, nas mãos e nos pés.
Normalmente o sintoma se concentra na palma das mãos e na lateral dos dedos, assim como nas solas dos pés - nunca em outra região do corpo. Em casos mais graves e extensos ela pode atingir quase a totalidade das mãos e pés.
Outros sintomas de disidrose são:
- Bolhas cor da pele ou levemente avermelhadas;
- Podem gerar coceira, mas não em todos os casos;
- Pode existir leve dor ou incômodo no local;
- Descamação da pele.
Diagnóstico
O diagnóstico da disidrose é clínico. Não existem exames específicos para disidrose, a não ser exames laboratoriais micológicos para análise de fungos que podem auxiliar o estudo clínico do paciente.
Fatores de risco
Os fatores de risco para disidrose mais aceitos incluem:
- Estresse;
- Exposição à certos metais como cromo, cobalto e níquel;
- Pessoas que apresentam erupções cutâneas depois de ter contato com certos irritantes;
- Pessoas com dermatite atópica;
- Pessoas com rinite alérgica.
Na consulta médica
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar tempo. Dessa forma, você já pode chegar ao consultório com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram;
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade;
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
Também é importante levar suas dúvidas para o consultório por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar.
Buscando ajuda médica
O especialista mais recomendado para diagnosticar e tratar a disidrose é o dermatologista. Você deve procurá-lo caso apresente estes sintomas ou erupções cutâneas por vários dias que não somem sozinhas.
Tratamento
O tratamento para disidrose é feito a partir do diagnóstico realizado: com a causa descoberta, o dermatologista responsável indicará o melhor tratamento para cada caso. Outra recomendação é evitar o gatilho que causa a disidrose.
Normalmente, são indicados cremes ou pomadas com corticoides potentes que ajudam a regredir a lesão mais rapidamente.
Além disso, é aconselhado manter o local sempre hidratado, uma vez que a pele desidratada fica mais sujeita a alguma alergia que poderia causar a disidrose.
A pessoa pode esperar que com o tratamento a lesão seque mais rapidamente, que ela pare de coçar e que ao final a pele descame um pouco.
Tem cura?
A disidrose é uma doença crônica, que não há cura. Até que se descubra as possíveis causas é bastante comum que os sintomas apareçam constantemente.
Contudo, com a descoberta da causa que leva ao aparecimento das erupções cutâneas, a expectativa é que se consiga prevenir as crises.
Prevenção
Não existe uma forma comprovada de se prevenir a disidrose, até porque, normalmente, a sua causa é desconhecida. Contudo, aprender como lidar com o estresse, evitar a exposição a químicos e metais, entre outras medidas, podem ajudar na prevenção.
Da mesma forma, caso os sintomas já tenham se manifestado uma ou mais vezes, é importante evitar aquilo que se suspeita ser o gatilho para o seu aparecimento com a finalidade de prevenir a disidrose.
Convivendo (Prognóstico)
Quando se descobre a disidrose é importante o tratamento e acompanhamento do problema com um dermatologista.
Uma vez encontrada a causa do problema, principalmente nos casos das reações alérgicas, é importante evitar entrar em contato com este gatilho, pois há o risco dos sintomas retornarem.
No caso de uma reação à produtos de limpeza, por exemplo, é necessário usar luvas quando for limpar a casa. Se é a algum inalante, o melhor é evitar o produto e assim por diante, mas sempre dependendo da suspeita da causa.
Complicações possíveis
Complicações da disidrose não são comuns. Normalmente, o paciente apresenta apenas sintomas da doença e o risco e dos sinais retornarem.
Contudo, uma complicação rara que pode ser citada é a infecção bacteriana, uma vez que as bolhas na pele coçam, e este contato com as unhas poderia servir como porta de entrada para infecções.
Referências
Fernando Sperandeo de Macedo, médico dermatologista do Fleury Medicina e Saúde - CRM: 80140/SP.
Mônica Azulay, médica dermatologista e coordenadora do departamento de Cosmiatria da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ) - CRM: 437838/RJ.
Clínica Mayo.