Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações e ex-presidente da Comissão Técnica para a Revisão dos Calendários Vac...
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O Ministério da Saúde incorporou a nova vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS) na última quinta-feira (21). Conhecido como Qdenga, o imunizante é da farmacêutica Takeda e já estava disponível na rede privada de vacinação e em farmácias desde julho deste ano.
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, com a decisão o Brasil se torna o primeiro país no mundo a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público universal. A incorporação do imunizante foi realizada após a análise e aprovação da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
“O Brasil teve um aumento muito grande de casos e óbitos por dengue em 2022 e, em 2023, até então, esse número tem sido ainda maior”, falou Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ao MinhaVida. “Pela primeira vez, estão circulando no país os quatro sorotipos do vírus, isso nunca tinha acontecido antes. Então, a vacina é uma ferramenta muito importante para possibilitar um controle maior da dengue no país”, completa.
Até o início de 2024, o Ministério da Saúde definirá públicos-alvo que poderão receber a vacina no SUS, segundo Nísia Trindade. Essa definição será feita “levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis” e de acordo com os públicos e regiões que deverão ser prioridade.
Essa estratégia deverá ser feita pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI), o que deve ocorrer nas primeiras semanas de janeiro.
Como funciona a nova vacina da dengue?
A Qdenga foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano, apresentando 80% de eficácia em estudos clínicos. Essa é a segunda vacina contra a doença a ser registrada no Brasil.
“Esse imunizante é feito com o vírus vivo atenuado, com a inserção dos quatro sorotipos do vírus: tipo 1, 2, 3 e 4”, explica Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
A nova vacina é indicada para pessoas de 4 a 60 anos de idade e pode ser aplicada em pessoas que já tiveram ou não infecção prévia pelo vírus da dengue. Ela deve ser administrada em duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
O imunizante é contraindicado para mulheres grávidas ou em fase de amamentação, pessoas alérgicas aos componentes da vacina, pessoas imunocomprometidas, como com HIV ou que estão em tratamento que afeta o sistema imunológico.