Graduada em psicologia e com especialização em Psicopedagogia, é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes...
iEducar, ensinar e direcionar é desafiador. Acompanhar uma criança e exercer a parentalidade não é nada intuitivo e necessita de muito esforço e atenção. Por vezes, a criança apresenta comportamentos alarmantes que podem indicar que algo não está certo e é crucial que os cuidadores permaneçam atentos aos sinais indicativos de possíveis problemas comportamentais ou de desenvolvimento.
Leia mais: Se você quer que seu filho te respeite quando adulto, precisa acabar com estes 7 hábitos
Primeiros sinais de que seu filho precisa ir ao psicólogo
Alterações de humor repentinas, isolamento social, queda no desempenho escolar, mudanças no padrão de sono ou apetite são indícios que merecem consideração. O suporte do psicoterapeuta pode ser benéfico em diferentes fases do desenvolvimento, desde a infância até a adolescência. Problemas como ansiedade, depressão, transtornos alimentares, bullying e questões familiares são áreas em que a intervenção psicológica pode ser valiosa.
Identificar a necessidade de auxílio psicológico através de uma psicoterapia ou avaliação neuropsicológica é fundamental para investigar questões relacionadas às funções cognitivas de uma criança, e envolve a observação cuidadosa de vários aspectos do seu desenvolvimento.
Observe se a criança terá mudanças no comportamento
Mudanças drásticas e significativas no comportamento, por exemplo, como uma criança antes extrovertida que se torna repentinamente retraída, introvertida e tímida, evitando atividades sociais e contato com outros que antes gostava e aproveitava, são sinais de alerta. Emoções intensas e persistentes, como ataques de raiva frequentes, choro inconsolável ou episódios de tristeza profunda e reações extremas em situações "pequenas" também podem ser indicativos de possíveis dificuldades emocionais.
O desempenho escolar afetado é outro sinal muito importante e alarmante, manifestando-se através de quedas nas notas, reclamações e advertências por parte da escola que antes não existia, falta de interesse em atividades acadêmicas ou dificuldades de concentração que impactam de forma relevante o rendimento escolar.
Leia também: Bullying entre irmãos pode afetar a saúde mental
Dificuldades na comunicação, como a inabilidade em expressar pensamentos, compreender instruções ou interagir de maneira apropriada para a idade, podem indicar a necessidade de avaliação. A regressão em habilidades já adquiridas, como uma criança que começa a perder habilidades anteriormente dominadas, também é um sinal de alerta.
Os pais precisam ficar atentos às mudanças
É relevante também que os responsáveis e cuidadores estejam atentos a situações possivelmente traumáticas e de grande impacto ou mudança para a criança. Separação dos pais, chegada de um outro filho, mudança de cidade ou escola podem ser momentos em que os cuidadores precisam manter a atenção nas crianças em seus comportamentos, emoções e pensamentos.
Embora o pediatra ou médico de confiança da família que acompanha a criança possa oferecer orientações necessárias e importantes, os pais têm completa autonomia para buscar diretamente a ajuda de um psicólogo ou psicóloga infantojuvenil, não é necessário aguardar um encaminhamento médico.
Essa iniciativa demonstra a sensibilidade dos pais em relação à saúde mental de seus filhos, contribuindo para um desenvolvimento emocional saudável ao longo do tempo. A colaboração entre pais e profissionais de saúde é valiosa, assegurando uma abordagem integrada para promover o bem-estar emocional das crianças.
Leia mais: ‘Criança difícil’: até que ponto comportamentos desafiadores são normais?