Redator de saúde e bem-estar, entusiasta de pautas sobre comportamento e colaborador na editoria de fitness.
Se você tem entre 40 e 55 anos, provavelmente já ouviu falar na famosa crise da meia-idade, um período no qual a insegurança e o estresse costumam aumentar por conta do fim da juventude. Mas será que a crise da meia-idade é real mesmo?
Segundo um estudo feito por economistas dos Estados Unidos, do Reino Unido e de Singapura, sim, a crise da meia-idade é real e costuma surgir entre os 40 e 50 anos. Para eles, é durante essa fase da vida que as pessoas atingem o pico de estresse no trabalho, insônia, dificuldade de concentração, problemas de memória, dores de cabeça e até depressão extrema.
Os resultados do levantamento apontaram que pessoas na meia-idade são mais propensas a apresentar depressão, estresse, pressão na saúde mental e infelicidade, em comparação aos indivíduos mais jovens. Além disso, foi constatado que o pico do risco de suicídio ocorre aos 50 anos.
Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados de saúde e bem-estar de 500 mil pessoas em países como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.
Leia mais: Síndrome de burnout: o que é, sintomas, tratamento e causas
Quais são as causas da crise da meia-idade?
Os especialistas avaliam o cenário atual como "paradoxal e preocupante", uma vez que os cidadãos analisados que sofrem com esse sentimento, no geral, vivem bem. Ou seja, recebem salários altos e quase não têm problemas de saúde, de acordo com o artigo publicado no Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA (NBER).
Ao final do estudo, apesar de concluírem que a explicação para a crise ainda permanece em aberto, os pesquisadores consideraram que aspirações não atendidas durante a maturidade podem provocar esse sentimento na meia-idade.
Outro fator considerado pelos autores foi a "baixa psicológica de meia-idade" registrada em orangotangos e em chimpanzés em outro estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Edimburgo.
"A pura biologia do envelhecimento em primatas pode desempenhar algum tipo de papel. Isso tiraria a explicação final das ciências sociais, sendo aplicada nas ciências naturais. Muito ainda está para ser entendido", concluem os pesquisadores.