Dr. Alexandre Naime Barbosa é Infectologista e Especialista em Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina de Botucatu - U...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
As sequelas deixadas pelo COVID-19 ainda são questões complexas que começam a ser exploradas pelos especialistas. Entre as marcas da doença está a COVID longa, conjunto de sintomas respiratórios, neurológicos e psicológicos que o paciente pode apresentar durante 4 semanas até 2 anos após a infecção pelo coronavírus.
Alguns indivíduos possuem maior propensão a desenvolverem um quadro de COVID longa, como demonstram trabalhos científicos recentes. É o caso de pacientes do sexo feminino com idade entre 50 a 60 anos, que possuem um risco 67% maior do que em relação aos do sexo masculino, como indicou um estudo publicado na SAGE open medicine.
Entenda quais são os outros fatores de risco para o desenvolvimento da COVID longa e como se proteger.
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Fatores de risco da COVID longa
A COVID longa pode se apresentar em diferentes variações, acometendo pacientes que enfrentaram quadros leves a graves de infecção, e se manifestar em até 200 sintomas.
“Os sinais mais frequentes são: síndrome da fadiga crônica — que já existia antes da COVID-19 e agora tem mais um agente causador, que gera a manutenção da inflamação —, perda de memória, dificuldade em manter a atenção, dores musculares, dores nas articulações, dor de cabeça, perda do sono. É uma inflamação crônica muito variável”, informou o infectologista Alexandre Naime, em evento de lançamento da campanha Vacina Brasil.
Alguns fatores tornam um paciente mais propenso a desenvolver COVID longa, como:
- Pacientes do sexo feminino com 50 a 60 anos de idade
- Ter 60 anos ou mais
- Possuir comorbidades subjacentes, como diabetes, obesidade, hipertensão, doença renal crônica e doenças cardiovasculares
- Tabagismo e alcoolismo
- Histórico de internação hospitalar
- Histórico de suplementação de oxigênio
- Não ter se imunizado ou estar com o esquema vacinal incompleto
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Vacina atualizada contra a COVID-19
A forma mais eficaz de se proteger contra a COVID-19 e, consequentemente, das sequelas da doença, é por meio da vacinação. O imunizante atualizado, chamado Spikevax, tem fabricação pela Moderna e já chegou ao Brasil. A versão oferece proteção contra as sublinhagens Ômicron XBB e cepas do SARS-CoV-2.
A aplicação já está sendo feita na população de acordo com a periodicidade estabelecida Programa Nacional de Imunizações e nos seguintes grupos prioritários:
- Crianças de 6 meses a 4 anos
- Pacientes a partir dos 5 anos com comorbidades
- Idosos com 60 anos ou mais
- Gestantes e puérperas
- Imunocomprometidos
- Pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores
- Indígenas, quilombolas e ribeirinhos
- Trabalhadores da área da saúde
- Pessoas com deficiência permanente
- Pessoas privadas de liberdade maiores de 18 anos
- Funcionários do sistema de privação de liberdade
- Adolescentes cumprindo medidas socioeducativas
- Pessoas em situação de rua