Cardiologista Intervencionista e Diretor da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iNo mundo do esporte, onde a saúde e o condicionamento físico são fatores essenciais no dia a dia de todo atleta, é fácil esquecer que até mesmo os atletas profissionais estão sujeitos a problemas cardíacos. Como o ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, Tande, que passou por uma experiência assustadora ao sofrer um infarto agudo do miocárdio no dia 13 de abril.
Em um depoimento nas redes sociais, o ex-atleta revelou que ficou 4 anos sem se cuidar e que também ignorou alguns sintomas que seu corpo vinha apresentando como possíveis sinais de um infarto. Para entender melhor quais são esses indícios, o MinhaVida entrevistou o médico cardiologista Airton Arruda, que explicou as possíveis causas de um infarto e como podemos prevenir o coração de um ataque cardíaco.
Os sinais de infarto que o ex-jogador de vôlei Tande sentiu
Na última sexta-feira, 13 de abril, Tande, ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, sofreu um infarto. Em uma publicação feita nas redes sociais, no domingo (14), o atleta compartilhou com seus seguidores que ainda está se recuperando no hospital e revelou que teve um entupimento de 98% em uma das veias do coração. O campeão olímpico também mencionou ter sentido alguns sintomas do infarto: “Ele me deu, volta e meia, vários sinais, falta de ar, palpitação, subindo aqui na mandíbula, dor de ouvido. Cuidem-se sempre”, disse Tande.
Conheça os sintomas mais comuns do infarto e também os menos conhecidos
Embora muitas pessoas estejam cientes dos sintomas mais comuns de um infarto, como dor no peito e falta de ar, existem também sintomas menos conhecidos que podem indicar a ocorrência de um ataque cardíaco. O cardiologista explica quais são eles:
“Quando as pessoas têm um infarto, normalmente chegam com dor primordial ou pressão no peito e uma sensação de queimação que costuma se irradiar para a mandíbula, pescoço, face lateral esquerda, tórax e para o braço. Esses sintomas se instalam e não passam, continuando lá por 20 ou 30 minutos”, alertou. Assim que notar os primeiros sintomas, o paciente deve procurar atendimento médico o mais rápido possível, pois o quanto antes a artéria for desobstruída, maiores são as chances de sobrevida e de recuperação da função desse músculo.
Além da dor e queimação, o especialista ressalta outros sintomas que podem surgir, principalmente nas mulheres: “Desconforto na região do estômago associada à náusea, um pouquinho de sudorese que, às vezes, confunde com episódios de gastrite ou de refluxo".
O que pode causar infarto?
O infarto é provocado pela obstrução total de uma das artérias do coração, chamadas de artérias coronárias. O médico explica que o que acontece até chegar nesse quadro é a formação de uma placa aterosclerose: “O depósito de gorduras na parede do vaso, junto com células inflamatórias, vão provocar cada vez mais uma obstrução dentro do interior do vaso, diminuindo o fluxo de sangue que é necessário para o coração bombear e contrair essa placa”, detalhou o especialista.
Em algum momento essa placa vai romper e formar um coágulo no local que vai obstruir e bloquear o fluxo de sangue nessa artéria, fazendo com que ela deixe de irrigar uma parte do músculo cardíaco, causando o infarto. Existem também alguns fatores de risco que podem aumentar a incidência de um ataque cardíaco, o cardiologista listou os principais:
- Predisposição genética;
- Tabagismo;
- Estresse;
- Sedentarismo;
- Hipertensão;
- Aumento do colesterol no sangue
- Diabetes
Todos esses são fatores de risco conhecidos e que podem, juntos, aumentar a chance das pessoas desenvolverem placas e terem infarto.
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É possível prevenir o infarto?
Existem medidas preventivas que ajudam a reduzir significativamente o risco de desenvolver um infarto agudo do miocárdio. Airton Arruda garante que a melhor forma de prevenir um ataque cardíaco é através de uma mudança de estilo de vida, isso significa que você precisa praticar atividades físicas regularmente, ter uma alimentação mais saudável possível e também manter o controle dos fatores de risco. “Dizer não ao tabagismo, tratar a pressão arterial, controlar a glicemia e diminuir o colesterol. Em outros casos, é necessário que se faça tratamento com medicações específicas e isso deve ser prescrito pelo seu médico cardiologista”.
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