Dra. Gisela Savioli é nutricionista clínica funcional, fitoterapeuta, além de especialista em Saúde da Mulher no Climaté...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iSe você está em busca de uma alimentação saudável, equilibrada, saborosa e com benefícios comprovados para a saúde, a dieta mediterrânea é uma ótima opção.
Com uma combinação de ingredientes frescos, diversidade de sabores e uma tradição centenária, essa dieta já foi eleita sete vezes a melhor do mundo, de acordo com a classificação anual do US News & World Report. Mas por que ela é tão premiada?
Para entender melhor as razões desse título de melhor dieta do mundo, o MinhaVida entrevistou a nutricionista Gisela Savioli, que revelou os benefícios e formas de introduzir essa alimentação em sua rotina. Acompanhe!
Por que a dieta mediterrânea é a melhor do mundo?
As classificações de dieta do US News & World Report são realizadas todo ano através de um painel de especialistas que inclui médicos, nutricionistas e pesquisadores focados em perda de peso. Esses profissionais avaliam dietas populares, com base em diversos fatores, como integridade nutricional, sustentabilidade a longo prazo e a facilidade de ser incluída no dia a dia.
Pelo sétimo ano consecutivo, os especialistas deram nota máxima para a dieta mediterrânea por ela ser saudável para o coração, fácil de seguir e rica em opções alimentares nutritivas.
“Nela, não existe um alimento ou grupo alimentar que se destaca. É o padrão nutricional que prioriza muito a comida de verdade, diversificada, inclusiva, sem ser restritiva. Justamente por isso é aplicável à rotina de todas as pessoas”, fala Gisela.
Para pontuar sua importância, a nutricionista cita um artigo publicado na revista The Lancet em 2019, em que foi realizado um longo estudo, de 1990 a 2017, sobre os efeitos na saúde dos riscos dietéticos em 195 países, para avaliar a carga global de doenças de 2017.
“Os resultados desse estudo revelaram que as dietas não saudáveis (aquelas que não seguem as sugestões alimentares inspiradas na dieta do Mediterrâneo, ou seja, com baixo teor de grãos integrais, frutas e vegetais e com alto teor de açúcar, sal, gordura saturada e alimentos ultraprocessados) são um importante fator de risco evitável para o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes e câncer”, alertou.
Por outro lado, Gisela aponta um dado positivo em meio a esse estudo: “Se as escolhas alimentares ruins adoecem tanto, as boas decisões nutricionais, seguindo os princípios da dieta do mediterrâneo, são capazes de evitar essa tragédia”.
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Benefícios da dieta mediterrânea para a saúde
A dieta mediterrânea é conhecida por seus inúmeros benefícios para a saúde. Originária das regiões costeiras do Mediterrâneo, como Grécia, Itália e Espanha, ela é famosa por compor em seu plano alimentar alimentos frescos e naturais.
De acordo com a nutricionista, a dieta mediterrânea já foi associada a menores índices de inflamações crônicas e doenças como diabetes, problemas cardiovasculares, alguns tipos de câncer, obesidade e também transtornos psíquicos, como depressão e ansiedade.
“Um dos segredos é que, por ser diversificada e focada em alimentos naturais, essa dieta oferece o aporte de nutrientes que o corpo precisa para funcionar direito, bem como antioxidantes, fitoquímicos e compostos bioativos essenciais para prevenção e o controle de problemas de saúde”, diz a especialista.
O que se pode comer na dieta mediterrânea?
Na dieta mediterrânea, há uma variedade de alimentos deliciosos e saudáveis que podem ser incluídos na alimentação diariamente. Gisela explica que, basicamente, a dieta mediterrânea é caracterizada por vegetais folhosos, legumes, frutas, especialmente as pequenas e escuras, mais peixes do que carnes vermelhas, grãos e azeite de oliva, que é um potente anti-inflamatório natural.
A recomendação da nutricionista é sempre seguir a seguinte ordem na hora de planejar as refeições: “Comece pelas verduras, legumes e frutas. 80% do prato precisa ser composto por verduras e legumes, preferencialmente crus. Se você não tem hábito de comer legumes crus, comece devagar. Lembre-se de mastigar bem e, caso sinta desconforto como gases em excesso, invista um pouco mais nos alimentos cozidos”.
Após a entrada com saladas e legumes, a nutricionista indica que a prioridade das proteínas siga essa ordem: peixes, em seguida as aves (aqui também incluímos os ovos) e, por fim, em menor quantidade, as carnes vermelhas.
Dieta mediterrânea + mudanças de hábitos = longevidade
É importante destacar que não é “só” o que os países mediterrâneos comem. Mas também a forma com que eles fazem as refeições. Por isso, a especialista diz que não se trata de uma dieta e, sim, de um estilo de vida.
“Comer em família, sentado à mesa, saber a origem dos alimentos e ter o hábito de cultivar a própria horta em casa (que pode ser inclusive na varanda do apartamento) também influenciam na qualidade nutricional e na prevenção e no controle de doenças”, garante.
Inspirada nas BLUE ZONES - cidades e vilarejos onde vivem a população mais longevas, mais saudáveis e mais ativas entre todos os continentes - a especialista conta que os segredos da longevidade envolvem:
- Alimentação anti-inflamatória: descascar mais e desembalar menos, investir em folhas verdes, frutas, raízes e em mais peixes do que carne vermelha. Fazer um prato colorido com, pelo menos, cinco cores de alimentos naturais
- Uma vida em movimento: “Vivemos hoje em uma sociedade atrofiada, sentada mais de 10 horas por dia que não caminha, não dança e nem olha ao sol. O que eu proponho é começar, seja com uma caminhada no parque ou trocando os elevadores por escadas”, recomenda Gisela
- Encontre o seu propósito: “De acordo com os pesquisadores, o senso de propósito é muito forte nas blue zones. As comunidades incentivam sempre a ter uma força motriz bem clara para guiar a vida. Saber qual é o propósito é um fator de bem-estar psíquico e determinante para a saúde”, explica a profissional
- Espiritualidade e fé: seja qual for a religião ou a crença que cada um segue, Gisela conta que os moradores das zonas azuis (blue zones) valorizam a importância da manifestação da fé, do ato de acreditar em algo maior, de exercer a sua espiritualidade.
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