Neurologista do Hcor. Doutorado em Neurologia pelo UCL Queen Square Institute of Neurology, Londres, Reino Unido, fellow...
iJornalista especializado na cobertura de temas relacionados à saúde, bem-estar, estilo de vida saudável e à pratica esportiva desde 2008.
iVocê já ouviu falar dos “super-agers”? O termo em inglês diz respeito a pessoas idosas que exibem habilidades cognitivas notavelmente preservadas, semelhantes às de indivíduos décadas mais jovens.
Em outras palavras, esses são idosos que mantêm memória, capacidades motoras e habilidades verbais excepcionais, desafiando a expectativa comum de que o declínio cognitivo é uma parte inevitável do envelhecimento.
É verdade que grande parte das pesquisas sobre envelhecimento e memória se concentra no outro lado da equação - pessoas que desenvolvem demência em seus últimos anos.
Mas um novo artigo da Universidade de Madrid, publicado no Journal of Neuroscience, examina exatamente os “super-agers” e ajuda a esclarecer o que há de tão especial nos cérebros desses idosos.
A principal conclusão do estudo é que os cérebros dos “super-agers” têm menos atrofia do que o de seus pares. Os cientistas descobriram que esse grupo com boas habilidades cognitivas tinha mais volume em áreas do cérebro importantes para a memória, principalmente o hipocampo e o córtex entorrinal.
Além disso, apresentavam uma conectividade melhor preservada entre regiões na parte frontal do cérebro, que envolve a cognição.
É importante ressaltar que tanto os “super-agers” quanto o grupo de controle da pesquisa mostraram sinais mínimos de doença de Alzheimer em seus cérebros.
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O que há de especial com os “super-agers”?
Os especialistas não sabem como alguém se torna um “super-ager”, mas foram capazes de notar diferenças nos comportamentos de saúde e estilo de vida entre os dois grupos.
Segundo os pesquisadores, os “super-agers” tinham uma saúde física ligeiramente melhor, tanto em termos de pressão arterial quanto de metabolismo da glicose, e se saíram melhor em um teste de mobilidade. Apesar de não serem mais ativos do que o outro grupo, os “super-agers”, foram mais ativos na meia-idade e relataram melhor saúde mental.
Apesar disso, a pesquisa não achou marcadores diferentes entre os dois grupos que justificasse tamanha diferença de cognição e memória. Um dos fatores mais destacáveis foi que consistentemente todos os “super-agers” tinham conexões sociais fortes.
Por isso, é possível que, segundo os pesquisadores, os “super-agers” provavelmente têm algum tipo de predisposição genética ou algum mecanismo de resistência no cérebro que ainda não pode ser compreendido.
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Quando a memória fraca é preocupante?
Para saber se a memória fraca pode ser um problema sério, é necessário ter atenção às consequências dela — se afeta negativamente a vida pessoal ou profissional, é um sinal de alerta. “Às vezes, o paciente com doença neurológica não percebe que o excesso de perda de memória é um problema. Geralmente, são os familiares que notam que o sintoma é preocupante, em especial, nos casos de pessoas com doença de Alzheimer”, explica o neurologista Pedro Melo Barbosa em artigo no MinhaVida.
Como prevenir a memória ruim?
A melhor forma de prevenir a memória ruim é mantendo o cérebro ativo. Praticar atividade física regularmente, aprender um novo idioma ou instrumento e manter uma alimentação balanceada são os principais métodos para manter o cérebro jovem e saudável.
“Para se proteger, especificamente, de doenças do cérebro, como o Alzheimer, é importante se atentar aos fatores de riscos, como a pressão alta e o diabetes. Pessoas diagnosticadas devem tomar as medicações de modo correto e ir ao médico regularmente”, completa o especialista.
Algumas dicas para buscar uma boa memória na velhice incluem:
- Mantenha-se mentalmente ativo
- Exercite-se regularmente
- Tenha uma dieta saudável
- Mantenha o sono adequado
- Gerencie o estresse
- Socialize regularmente
- Pratique técnicas de memorização
- Tenha atenção à saúde geral