Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (2004). Concluiu no ano de 2008 a Residência em Clínica...
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iAntes de buscar remédios para dormir, saiba que a solução para boas noites de sono pode estar ao seu lado. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona (EUA) descobriu que uma ferramenta muito mais simples e acessível pode melhorar, e muito, a qualidade do seu sono: trata-se de dormir juntinho de quem se ama.
Segundo a pesquisa, adormecer com a pessoa amada faz com que as pessoas tenham um sono de maior qualidade se comparadas com aquelas que dormem sozinhas. Essas pessoas:
- Tiveram menos risco de insônia
- Menor fadiga
- Menores chances de apneia
- Dormiram por mais tempo
- Pegarem no sono mais rápido
Outros efeitos benéficos também foram observados para a saúde geral, incluindo diminuição das sensações de depressão, ansiedade, estresse, e maior felicidade geral nos relacionamentos.
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O que mais disse o estudo?
Apesar dos benefícios relatados pela pesquisa em se dormir com um parceiro, apresentada na Academia Americana de Medicina do Sono e da Sociedade de Pesquisa do Sono, nos Estados Unidos, outras formas não se mostraram tão benéficas assim.
O estudo, focado em dados de cerca de 1.000 adultos que vivem no sudeste da Pensilvânia, descobriu que aqueles que frequentemente partilhavam a cama com uma criança relataram maiores níveis de insônia, menos controle sobre o sono e pareciam ter um maior risco de apneia.
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Por que dormir perto de quem se ama é bom para o sono?
A pesquisa é limitada e não indica uma conclusão dos mecanismos que causam esses benefícios relatados. Porém, algumas explicações podem ser obtidas por meio da análise do que essa relação significa para o conforto e para a liberação de hormônios importantes no corpo.
A ciência já sabe que quando estamos próximos da pessoa amada o corpo libera substâncias que promovem relaxamento, bem-estar e sono. A ocitocina, por exemplo, conhecida como o “hormônio do amor”, tem um papel importante nesse caso.
“A ocitocina age como um neurotransmissor, regulando comportamento de interação social, sendo por isso também conhecida como o ‘hormônio do amor’”, explica a endocrinologista Andressa Heimbecher em artigo no Minha Vida.
Estudos evolucionários mais recentes indicam a atividade da ocitocina na formação dos laços de afeto entre mães e filhos e também nas relações amorosas. Ou seja: o hormônio atua quando há união e ligações de afeto entre os seres humanos.
“Quanto mais alto os níveis do hormônio no sangue, maior é a sensação de bem-estar e felicidade”, disse a médica em seu artigo. Isso pode favorecer um sono mais tranquilo e relaxante.
“O cérebro libera ocitocina quando existe o contato de pele entre seres humanos e também quando existe a formação de uma relação de confiança entre os indivíduos”, explica a médica.
Além da ocitocina, substâncias como serotonina e dopamina podem estar relacionadas. A primeira é um neurotransmissor associado à felicidade e ao bem-estar, o que ajuda a nos sentirmos mais estáveis no relacionamento. Já a segunda ajuda na sensação de recompensa e prazer - e sua presença é notável na companhia da pessoa amada.
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Como dormir melhor?
Caso você sinta problemas regulares para dormir, e mesmo a presença da pessoa amada parece não ajudar, outras técnicas reconhecidas por especialistas podem ajudar. Confira!
- Crie uma rotina para dormir
- Pratique técnicas relaxantes, como yoga e respiração meditativa
- Faça exercícios físicos regularmente
- Mantenha o quarto em uma temperatura agradável (entre 20ºC e 25ºC)
- Desligue os aparelhos eletrônicos na cama
- Tenha uma alimentação equilibrada e evite ultraprocessados, doces e frituras
- Evite alimentos estimulantes, sobretudo perto da hora de dormir
- Escute músicas relaxantes
- Faça uma automassagem relaxante
É completamente normal que, de vez em quando, o sono demore para chegar, mas há um momento em que a falta de sono precisa ser investigada. Se a dificuldade de dormir começar a se repetir de modo que seja um incômodo, procure um médico com experiência em problemas de sono para investigar a causa do problema.
Em muitos casos, o especialista pode solicitar a realização de exames específicos, como a polissonografia. Este procedimento é um teste não invasivo de registro, análise e interpretação de diversos parâmetros biológicos que acontecem durante o sono, como a atividade respiratória, muscular, cardiovascular e cerebral do paciente.