Graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (1984), mestrado em Medicina (Neurologia) pela Universidade...
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iVocê já imaginou a possibilidade de fazer um transplante de cabeça? Parece coisa de filme de ficção científica, mas há quem afirme que essa ideia futurista pode se tornar realidade mais cedo do que imagina.
Nesta semana, a startup BrainBridge, que atua no campo da neurociência e engenharia biomédica, anunciou que em oito anos será possível realizar esse tipo de transplante de um paciente vivo e saudável para o corpo de um doador com morte cerebral.
O MinhaVida falou mais sobre essa cirurgia e listou em quais situações um possível transplante de cabeça poderia ser útil. Acompanhe:
Saiba mais sobre as expectativas do transplante de cabeça
O transplante de cabeça pensado pela BrainBridge utilizaria robótica avançada e inteligência artificial de ponta, prometendo ser uma esperança para pessoas com doenças incuráveis, como: câncer em estágio quatro e doenças neurodegenerativas, dentre elas o Alzheimer e o Parkinson. De acordo com a startup, o sistema permitiria manter a consciência, memórias e habilidades cognitivas do paciente que receberá o transplante.
A startup ainda afirmou ao tabloide britânico Daily Star detalhes de como seria feita a cirurgia: “Todo o procedimento é guiado por imagens de nível molecular em tempo real e algoritmos de IA para facilitar a reconexão precisa da medula espinhal, nervos e veias de sangue”.
Embora pareça algo impossível para muitos especialistas, o neurologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Sandro Matas, reflete que transplantar uma cabeça seria mais fácil do que fazer um transplante de cérebro: “Basta ter tecnologia para conectar a medula espinal com o bulbo cerebral, última estrutura do cérebro que sai da caixa craniana”, disse em entrevista anterior ao MinhaVida.
A startup norte-americana também aponta que quem receber o transplante poderá viver muito além da expectativa média de vida, dado que o cérebro é capaz de durar centenas de anos, desde que o resto do corpo permaneça jovem.
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Transplante de cabeça seria a solução para doenças crônicas?
Embora a empresa acredite que o transplante seja a solução para doenças incuráveis, o neurologista Sandro Matas afirma que nem sempre é assim:
"Nosso cérebro envelhece junto com o corpo. Nas estatísticas atuais, pessoas com mais de 85 anos de idade terão 50% de chance de ter Alzheimer, sem falar em outras demências, como demência frontotemporal ou por corpos de Lewy. A maioria dessas doenças não têm cura, nem tratamento para retardar ou parar a evolução", finaliza o médico.
Como nossa essência, personalidade e memória residem no cérebro, um transplante de cabeça não seria capaz de ajudar em uma situação assim. Já em doenças que atingem apenas o corpo, a ideia da empresa seria justamente a substituição por um corpo saudável.
É importante ressaltar que o transplante de cabeça ainda não é uma realidade e envolve uma série de desafios éticos e técnicos a serem superados. Mas enquanto isso, o vídeo e a ideia de uma operação futurista assim tem atraído a atenção de muitos curiosos.
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