Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iNesta quinta-feira, 13 de junho, Gloria Pires se tornou um dos principais assuntos da internet. Tudo isso porque uma página da rede social TikTok publicou um vídeo antigo da atriz dando selinhos na sua filha mais nova, a cantora Ana Morais.
Nas imagens, Gloria segura a filha pelo rosto e a beija na boca diversas vezes. O registro, que também viralizou na rede social X, antigo Twitter, gerou uma série de reações desconfortáveis entre os seguidores.
Mas será que esse costume dos pais beijarem seus filhos na boca, tão comum na cultura de muitas famílias, é considerado um problema? Entrevistamos a psicopedagoga e educadora parental, Fabiola Souza, que esclareceu o assunto.
É correto que os pais beijem os filhos na boca?
O beijo na boca é um gesto muito comum entre casais. Mas quando pais fazem a mesma coisa com os filhos, isso causa um grande estranhamento para pessoas que não pertencem àquele círculo familiar. Afinal, essa atitude é considerada correta?
De acordo com a educadora parental Fabiola Souza, não dá para definir se isso é certo ou errado dentro de uma relação familiar, mas é importante ressaltar os benefícios e malefícios dessa ação entre pais e filhos. Uma delas envolve a saúde da criança:
“O risco de transmissão de algumas doenças, como herpes, resfriado, sapinho e acne neonatal, é maior, principalmente quando a criança é um bebê e ainda está com o seu sistema imunológico em desenvolvimento”, alertou.
Outro ponto fundamental que a especialista aborda é ensinar a criança sobre os limites do próprio corpo:
“Para ensinar a importância de respeitar o próprio corpo e seus limites, não devemos ficar passando a mão no corpo da criança o tempo todo. Da mesma forma, não é positivo demonstrar afeto com beijo na boca, pois a criança tende a reproduzir o que vê e pode não ter maturidade cognitiva para entender que o beijo na boca deve ser restrito entre pais e filhos. Ela pode acabar fazendo isso com outras pessoas”, ressaltou a educadora parental.
A criança pode achar que é natural dar um beijo na boca. Se esse hábito for perpetuado à medida que a criança cresce, pode ser visto como algo bonitinho até certa idade, mas depois se torna invasivo e abusivo, podendo estimular a sexualidade de forma precoce.
Fabíola ainda diz que, caso a família continue com esse hábito, é fundamental interrompê-lo o mais cedo possível: “Orientamos também para não prolongar esse hábito para a segunda infância, terceira infância ou adolescência. Além de explicar à criança sobre os limites de quem pode e quem não pode, é importante não perpetuar essa prática”.
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Demonstrações de carinho que os pais podem fazer com os filhos
A educadora parental garante que há muitas formas de demonstrar afeto, carinho, fortalecer vínculos e criar conexão com os filhos - e nada disso precisa ser feito dando beijos na boca da criança. “Quando o bebê chora, por exemplo, estar presente e pegá-lo no colo fortalece a segurança desse bebê, mostrando que o ambiente é seguro e propício para o desenvolvimento”, declarou.
Além disso, Fabíola cita outras formas de carinho que não necessitam de um toque físico, como: “Promover um diálogo constante, importar-se e preocupar-se com o dia da criança, prestar atenção aos pequenos detalhes, fazer uma comida que ela gosta e permitir que ela participe com suas opiniões na dinâmica da casa, também são formas importantes de demonstrar afeto”.
No entanto, a especialista reforça que o abraço pode ser a melhor forma de afeto que existe para uma criança. “Ele é super benéfico, pois libera neurotransmissores importantes como oxitocina, endorfina, dopamina e serotonina. Eles têm relação com a diminuição do estresse e da ansiedade, aumentam a disposição física e mental, fortalecem o vínculo, criam mais conexão, favorecem os relacionamentos, a intimidade, além de melhorar o humor”, concluiu.
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