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Ele é considerado uma estratégia nutricional, em que há restrição alimentar durante um determinado período que pode ser entre 12h e 24h. Porém, a prática não deve estar associada apenas ao emagrecimento, pois o benefício vai muito além da redução de peso ou de percentual de gordura corporal. Este jejum pode colaborar no tratamento de determinadas desordens metabólicas e algumas patologias.
Entenda todo o bem que aderir ao jejum intermitente pode fazer ao seu corpo
Quando devidamente orientado por um especialista, pode ajudar a regularizar o sono e sua qualidade, o funcionamento intestinal, normalizar as taxas hormonais, melhorar o perfil lipídico e a manutenção da glicemia e, até mesmo, ajudar na prevenção de doenças neurodegenerativas.
Estudos apontam que ele pode amenizar a sensibilidade à insulina, favorecendo a prevenção e controle do diabetes tipo 2. Sua aplicação ainda pode promover a saúde cardiovascular ao reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue. Outro benefício significativo é a potencial melhoria na função cerebral, uma vez que o jejum estimula a produção de proteínas chamadas fatores neurotróficos, que são fundamentais para o crescimento e a manutenção dos neurônios.
Sua prática também está aliada à redução da inflamação, um fator relevante para prevenir diversas doenças crônicas. O jejum pode desencadear a autofagia, um processo de limpeza celular que remove componentes danificados, contribuindo para a longevidade celular e, potencialmente, para a prevenção do câncer. Além do mais, existem evidências de que aumenta a energia, produtividade e a clareza mental durante o dia.
Mais um ponto positivo é a simplicidade e flexibilidade do jejum intermitente, que pode ser adaptado a diferentes estilos de vida e preferências alimentares, facilitando sua adesão a longo prazo. Por fim, corrobora em estimular uma relação mais consciente e saudável com a comida, apurando os sinais naturais de fome e saciedade do corpo.
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E você sabia que o jejum tem dois tipos?
O jejum calórico se caracteriza quando não pode ser ingerido nenhum alimento que tenha valor calórico. A única ingestão é de água, chá e café sem adoçante. Sendo um método mais comum entre pessoas com intuito religioso.
Já o jejum metabólico é permitido ingerir alguns alimentos, desde que não influenciem na síntese metabólica, principalmente na liberação de insulina. Neste período, se pode ingerir ou dar prioridade a alimentos que possuam baixo valor calórico, dando preferência a fontes de boa gordura. Além disso, podem ainda ser consumidos cafés aditivados, com leite de coco, café, café com adição de TCM, canela em pó, gengibre, shots antioxidantes e suplementos.
No entanto, nunca é demais ressaltar que o jejum intermitente não é recomendado para gestantes, lactantes, crianças e pacientes com patologias graves e catabólicas (de origem metabólica), como o câncer. E o acompanhamento com nutricionista durante todo o processo do jejum é essencial.
Os principais erros cometidos por quem faz jejum intermitente por conta própria
Os maiores erros cometidos quando o paciente realiza essa técnica nutricional sem acompanhamento é o consumo de alimentos inadequados durante a janela alimentar, o período do jejum e as restrições que devem ser respeitadas, como a idade e algumas doenças. É importante, portanto, sempre ressaltar que o jejum intermitente seguido erroneamente pode acarretar ainda em alterações laboratoriais e até mesmo provocar o desenvolvimento de algumas patologias.
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