Geralmente, o dia-a-dia acaba não comportando visitas regulares aos consultórios médicos. Em se tratando da ala masculin...
iEstamos vivenciando o que achávamos ficção nos filmes de aventuras espaciais, quando os médicos com auxilio de robôs e câmaras de regeneração e diagnóstico, operavam os tripulantes nas naves intergalácticas.
Com certeza, são os primeiros passos desta tecnologia, que vem sendo desenvolvida pelos engenheiros e cientistas da NASA, bem como por indústrias de equipamento médico, com o objetivo de aprimorar a técnica cirúrgica, bem como desenvolver robôs cirúrgicos que num futuro não muito distante, estarão realmente sendo comandados por cirurgiões aqui da terra, e monitorados por um medico a bordo, através de telecomando. A Urologia, como especialidade, foi brindada com o desenvolvimento de um robô cirúrgico denominado Da Vinci, que permite pelo acesso laparoscópico, através de braços que seguram pinças de corte e sutura, reproduzir no interior do corpo humano, com movimentos rotacionais perfeitos, sem tremores, e sem cansaço, operar estruturas delicadas, com auxilio de uma ótica em 3 dimensões que reproduz num console à distância, a anatomia de uma forma nítida e
ampliada, permitindo uma cirurgia minimamente invasiva, onde o cirurgião comanda os movimentos dos braços através de um joystick, e pedais.
Primeiramente desenvolvido para cirurgias de retirada total da próstata, em caso de Câncer localizado desta glândula, pode ser utilizado em cirurgias delicadas como a plástica da junção do ureter com a pélvis renal em casos de estenose da mesma, ou em cirurgias ginecológicas para tratamento da endometriose, e em algumas cirurgias sobre o aparelho digestivo.
A preservação dos feixes nervosos responsáveis pela ereção é mais cuidadosamente realizada durante a retirada total da próstata, pela magnificação obtida pela ótica tridemensional, bem como a sutura de anastomose entre a uretra e a bexiga ficou extremamente facilitada pelos movimentos precisos e rotacionais dos braços mecânicos do robô.
Como desvantagens do método não existem sensação tátil para o cirurgião, sendo que estão sendo estudados sensores a serem colocados nos braços mecânicos permitindo a sensação do contato entre as pinças e os tecidos, e a curva de aprendizado e domínio desta técnica que é reservado somente para alguns urologistas, que serão treinados como operadores do robô, já que nem todos nós temos tantos pacientes assim que justifique esta superespecialização, e assim serão formados centros especializados de referência nesta cirurgia, que para termos uma idéia, nas mãos de um urologista capacitado e hábil demora em média 55 minutos, contra 3 a 4 horas numa cirurgia convencional.
Outro fator a ser considerado é o custo deste equipamento, por volta de US$ 1.000.000,00, mais US$ 200.000,00 de manutenção ao ano, sem contar o custo das pinças endoscópicas a serem usadas, que em nosso meio ainda é restritivo para muitos hospitais e pacientes. Nos Estados Unidos da América do Norte, existem hoje em atividade aproximadamente 800 robos, em centros de referência, estimando-se que em 2009, 80% das cirurgias de prostatectomia radical serão realizadas com o auxilio deste equipamento. E a procura incessante de oferecer novos caminhos para cirurgias com mínimas incisões, não para por aqui.
Estão adiantadas as pesquisas para as cirurgias videolaparoscópicas através das vias naturais, como por exemplo, o acesso à cavidade abdominal para retirada de um rim pela via vaginal, ou da vesícula biliar através de um aparelho endoscópico introduzido pelo estomago, onde perfurando sua parede tem-se acesso à cavidade, e retiraríamos a vesícula sem incisões na parede abdominal, bem como um instrumento único dotado de óticas e pinças, introduzido tão somente pelo umbigo, através de uma única incisão.
Ricardo Felts de La Roca é urologista
Para saber mais, acesse: www.delarocaurologia.com.br