Neurologista do Hospital São Camilo Santana. Formado pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça incapacitante, que pode surgir acompanhada de outros sintomas como náuseas e vômito. A doença pode ser provocada por diferentes causas e gatilhos, entre eles estresse, privação de sono, estímulos de luzes e sons, consumo de determinados alimentos e bebidas ou fatores hormonais.
A cefaleia também pode estar associada a outras condições de saúde que em muitos casos acabam passando despercebidos. Por isso, o MinhaVida listou 3 exames de sangue que quem sofre com fortes dores de cabeça deve fazer, que poderão facilitar o tratamento da doença e evitar possíveis complicações. Confira!
1. Exame de hormônios tireoidianos
De acordo com Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o exame dos níveis de hormônios tireoidianos deve ser realizado devido à existência de um tipo de cefaleia associada ao hipotireoidismo.
“Para ser classificada como tal, ela [a enxaqueca] deve ser geralmente bilateral, não pulsátil, contínua, iniciado pelo menos 2 meses após o surgimento do hipotireoidismo e melhorar 2 meses após o início do tratamento para hipotireoidismo”, explica o especialista.
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2. Vitamina B12
Um estudo publicado em 2022 indicou a relação de casos de enxaqueca com a deficiência de vitaminas B1, B6 e B12. A reposição dos nutrientes demonstrou melhoras no aspecto da dor. Segundo Issamu, isso ocorre pois o nutriente pode atuar na redução da atividade inflamatória local e na melhora do funcionamento da serotonina, neurotransmissor importante para os mecanismos de cefaleia.
“Monitorar a Vitamina B12 pode ser uma das ferramentas para melhorar o diagnóstico e incrementar o tratamento da cefaleia, mas por hora não há um consenso que somente a reposição de vitaminas poderia resolver a questão da cefaleia, necessitando o tratamento ser considerado com elementos mais complexos do que a simples reposição vitamínica”, orienta o neurologista.
3. Dosagem dos níveis de colesterol
Diferentes trabalhos científicos, como o publicado no Iranian journal of neurology, apontam que pacientes que sofrem com quadros de enxaqueca possuem um risco maior de apresentar taxas elevadas de colesterol. A hipercolesterolemia pode limitar o fluxo sanguíneo e provocar casos de ataque cardíaco e AVC.
“Ainda não se conhece uma explicação fisiopatológica consistente entre a elevação deste elemento e a enxaqueca. Presume-se que pode haver estimulação de fatores inflamatórios que causem dor”, informa Issamu.
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