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Se é possível fazer com que os filhos desenvolvam a força mental, entendida como o conjunto de recursos psicológicos que nos ajudam a enfrentar os desafios da vida, também dá para conseguir que desenvolvam resiliência suficiente para enfrentar o fracasso e se recuperar dele.
A força mental é o segredo do sucesso porque nos ajuda a conhecer e decidir que caminho queremos seguir. Também influencia a nossa autoestima e nos permite manter uma atitude positiva diante dos desafios.
Segundo a psicoterapeuta Amy Morin , “desenvolver a força mental é muito semelhante ao desenvolver a força física”, e para que você saiba como ajudar o seu filho a desenvolver resiliência, especialmente, em momentos estressantes e complicados, ela cita algumas frases que, quando ditas pelos pais, tendem a atrapalhar esse processo e devem ser evitadas.
“Você vai se sair bem”
Embora uma atitude positiva (sempre seguindo a linha do otimismo saudável) possa nos ajudar na vida, e a esperança seja uma habilidade que desenvolve a inteligência emocional, isso não significa que seja uma boa ideia dizer à criança que “ele se sairá bem”. Não há como saber se isso vai acontecer ou não, ou se você ficará desapontado.
Prometer sucesso a uma criança e depois vê-la fracassar é um choque para sua confiança. É melhor mudar a mensagem para um prisma mais realista, mas ainda positivo. Em vez de dizer “Você vai vencer!”, a melhor mensagem é “Saia e dê o seu melhor. E se não der certo, não tem problema. Nós cuidaremos disso também”.
“Você é o melhor!”
Como dito anteriormente, é melhor evitar este tipo de afirmação. Sabemos que para você, seu filho é o mais bonito e o mais inteligente, mas há um perigo nisso: o ser humano tende a se comparar constantemente. Morin diz que “se os seus filhos pensam que só merecem elogios se superarem todos os outros, sofrerão de expectativas irrealistas e de ansiedade perante a perspectiva de terminar em qualquer lugar que não seja primeiro”.
Se em vez de elogiar o objetivo alcançado (nota 10 na prova) elogiar o próprio processo (fazer esforço para estudar), você irá ajudá-los a ficarem mais motivados para trabalhar arduamente e menos obcecados em vencer e vencer.
Da mesma forma, é importante ter cuidado com mensagens como “o que você fez é perfeito”, como explica a especialista, uma criança que pensa que tem que ser sempre “perfeita” para merecer o elogio ou o amor dos pais pode desenvolver sérios problemas mentais. O perfeccionismo infantil está relacionado a problemas de ansiedade e até mesmo ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
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“Não se preocupe com isso”
“Quando alguém nos diz “Não se preocupe”, nossas preocupações não desaparecem automaticamente”, explica Morin. E mesmo que os pais estejam tentando acalmar seus medos ou impedi-los de pensar em alguma coisa, é sempre melhor ensinar às crianças o que fazer quando estiverem preocupados.
Uma maneira de a criança descobrir por si mesma o que funciona melhor para reduzir essa preocupação é, segundo a especialista, fazer uma pergunta hipotética como “Se o seu amigo estivesse preocupado com isso, o que você diria a ele?”
Funciona porque uma criança consegue racionalizar mais se a tirarmos da situação e ao ver o que ela diria ao amigo, ela vai perceber como ela mesma poderia fazer isso.
“Acalme-se”
Quando os pais dizem “acalme-se” ao filho em uma discussão, estão dizendo a ele como ele deve se sentir, invalidando assim suas emoções, mesmo sem perceber.
A especialista garante que “é preciso transmitir a mensagem de que não há problema em sentir o que sentimos, mas é importante prestar atenção ao que fazemos com esses sentimentos”, por isso é melhor perguntar a eles o que sentem e tentar orientá-los para algo que os acalme, os ensinando o que fazer quando sentirem essa emoção.
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“Você está me deixando louco”
Com esta frase que parece ser fruto do desespero de um pai, o filho pode compreender que os sentimentos dos outros podem ser afetados por suas ações.
Segundo Morin, este último “pode fazer com que as crianças tenham um comportamento manipulador”. E acrescenta: “Não queremos que as crianças cresçam culpando outras pessoas por irritá-las, por estragar o seu dia, por fazê-las sentir-se mal o tempo todo. Queremos que as crianças pensem: 'Tenho o poder de controlar como penso, sinto e me comporto'”.
Assim sendo, em vez de usar “você está me deixando louco”, tente “Não gosto do seu comportamento agora”.
“Não me deixe pegar você fazendo isso nunca mais”
Morin garante que as crianças são espertas e “se você apenas alertá-las sobre as consequências de serem pegas, elas simplesmente aprenderão a esconder melhor seu mau comportamento”. Por outro lado, se as crianças forem honestas sobre os seus erros, isso pode ajudá-las a aprender e a crescer.
Isso não significa que os pais devem dizer “está tudo bem” quando eles fazem algo errado ou que os limites não são necessários. Eles são. Mas é preciso dar às crianças uma mensagem com uma alternativa para que vejam que outro caminho é possível. Por exemplo, tente usar algo como: “Você pode fazer isso de novo e ficar tentado a esconder e não me contar, mas aqui está o que poderíamos fazer”.
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